Reunião na Secretaria de Habitação da Prefeitura de Nova Lima

A reunião na Secretaria de Habitação da Prefeitura de Nova Lima teve por objetivo discutir possibilidades de parcerias nos bairros Capela Velha e Jardim Canadá.

CAPELA VELHA: Os temas discutidos na reunião são demandas levantadas pelos alunos da disciplina OFIAUP em entrevistas a moradores do bairro Capela Velha:

1 – Pavimentação e drenagem
Junia falou sobre o problema verificado no bairro e perguntou se a sua solução está na pauta da Prefeitura, conforme anunciado aos moradores por um vereador, e se é possível participarmos da solução desse item, já que existem opções mais adequadas e baratas que o asfalto. A profa. lembrou que pavimentação e drenagem devem ser pensados juntos.

2 – Esgotamento sanitário
Renata verificou que no TAC (Termo de Ajuste de Conduta) consta a instalação de um sistema de esgoto condominial com a construção de uma ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) para o bairro, mas que provisoriamente podem ser construídas fossas sépticas.
Junia falou sobre o biodigestor projetado pelo prof. Flávio Negrão, cujo material custa aproximadamente  R$ 400,00 por unidade. Como são 110 casas, o custo total com material seria de apenas R$ 44.000,00, o qual pode diminuir se o sistema for planejado de modo que cada unidade possa atender 2 moradias. O levantamento das áreas disponíveis nos terrenos para a execução do sistema seria feito pelos alunos da disciplina OFIAUP e pelos pesquisadores envolvidos no projeto Diálogos.

3 – Praça
A ideia de criar uma praça na entrada do bairro, no local onde há a espera do ônibus foi discutida. Junia e Marcela falaram sobre a possibilidade de usarmos materiais descartados como matéria prima e mutirão para a construção. Perguntaram sobre a possibilidade de apoio da Prefeitura, inclusive financeiro para despesas diversas e/ou empréstimo de equipamentos e ferramentas. Renata se comprometeu a agendar uma reunião com os secretários de obras e de meio-ambiente para expormos as ideias e efetivarmos algum apoio.

JARDIM CANADÁ:

Marcela falou sobre o evento do dia 17, e da nossa apreensão de uma não-liberação das barracas, em função da nossa participação. Falou também que o grupo está elaborando o documento para ser apresentado ao prefeito, com o objetivo de conseguir apoio (barracas e isenção de taxas) para as próximas feiras, e que gostaríamos de agendar outra reunião para início de dezembro para entregá-lo.
Renata, na conversa anterior, não tinha entendido que a intenção era de realizar uma feira periódica, e perguntou sobre os problemas levantados. Marcela falou da preocupação do Departamento de Turismo da feira ser de fato uma demanda dos moradores, já que houve outras feiras que não vingaram por falta de persistência dos artesãos. Acreditamos que a isenção das taxas pode ser um fator importante para regularidade da feira, e apostamos nas intervenções propostas (na disciplina Artesanias Construtivas) para as barracas e para a própria praça como elementos diferenciais, capazes de criar identidade e atrair mais usuários ao evento e à praça. Renata sugeriu uma reunião nossa com representantes da Secretaria de Cultura e do Departamento de Turismo, e comprometeu-se a tentar agendá-la para a semana de 28/11 a 02/12.

Apresentação do Projeto Diálogos aos moradores do bairro Capela Velha

Aproveitando a reunião agendada com os moradores do bairro para o desenvolvimento dos trabalhos da disciplina OFIAUP, apresentamos à comunidade o Projeto Diálogos.

 

 

Os moradores presentes – Elena, José Carlos (Crioulo), Lúcia, Lucilena, Nagib (Buiú), Regina, Valmir e Vanderly – acharam o projeto interessante, mas não levantaram muitas questões que pudessem ser trabalhadas. Lucilena deseja assessoria para construir uma loja em frente à sua casa e acredita que alguns moradores que não participaram da reunião possam se beneficiar desta parceria. Distribuímos os panfletos entre os moradores presentes e deixamos alguns com Lucilena e com Vanderly, para que ajudassem na divulgação. Afixamos um cartaz no ponto de ônibus e Vanderly se responsabilizou por colocar os demais em lugares de maior movimento.

Em seguida os alunos de OFIAUP apresentaram as pesquisas relativas aos seguintes temas de interesse coletivo:
- Pavimentação e drenagem: O grupo sugeriu a implantação de um sistema viário binário, tendo em vista que as ruas são estreitas e esta poderia ser uma forma de melhorar as condições de tráfego no bairro; apresentaram alternativas à pavimentação asfática tradicional, como Ecolopavi, blocos de concreto intertravados, pisos feitos de tijolos, calçamento de pedra, solo-cimento, entre outros; e mostraram soluções para uma melhor drenagem das águas das chuvas.
- Esgotamento sanitário: Os alunos explicaram os cuidados necessários para fazer uma fossa negra segura e adequada e apresentaram outras possibilidades para a questão, como o sanitário compostável, a fossa séptica biosigestora, o TEVAP e a zona de raízes.
- Praça: Foi apresentada uma maquete na qual os moradores poderiam interferir. No entanto, embora eles tenham comentado bastante, não pareceu terem entendido muito bem a representação e estavam ainda tímidos para participar efetivamente.
O grupo que desenvolve uma proposta para o campo de futebol não apresentou seu trabalho, porque já era tarde. O grupo que está trabalhando a questão do velório não pode comparecer nesse encontro.

Apresentação das pesquisas relativas aos temas de interesse coletivo

Uma nova apresentação foi agendada para o dia 19/11.

Reunião do Grupo Praxis

Presentes: Denise, Junia, Marcela, Bianca e Paulinisia

A reunião do grupo teve por objetivo verificar os pontos comuns entre os trabalhos desenvolvidos na disciplina OFIAUP, ministrado pela profa. Júnia, e o Projeto Diálogos.
Junia apresentou as cadernetas de campo e os estudos do bairro desenvolvidos pelos seus alunos. Os registros fotográficos e relatos das conversas com os moradores serão solicitados aos grupos.
Denise falou sobre o cuidado que devemos ter ao lidar com a comunidade para não gerar expectativas quanto à solução de problemas, já que nos propomos a discutir possibilidades e construir juntos respostas às demandas, mas não temos dinheiro nem poder político para a execução dessas propostas. Sugeriu que, em vez de apresentarmos um “diagnóstico” (termo que a profa. acredita ser inadequado), devemos sistematizar as possibilidades em razão daquilo que somos capazes de oferecer aos moradores. Marcela acredita que essas possibilidades devem ser pensadas a partir da disponibilidade de mão de obra e materiais locais.
Júnia propõe um trabalho que não seja “clientelista”, por isso acredita que a equipe Diálogos possa trabalhar em conjunto com os alunos da disciplina OFIAUP.
Ficou decidido que a equipe Diálogos irá participar das próximas reuniões agendadas em razão do desenvolvimento dos trabalhos de OFIAUP e que o projeto do Grupo será apresentado aos moradores na próxima reunião, marcada para o dia 09/11.

Reunião dos alunos de OFIAUP com moradores do Capela Velha

Na reunião de 31 de outubro havia mais moradores presentes que na reunião anterior (17/10). A grande expectativa da comunidade está ligada às respostas para o esgotamento, a pavimentação e a drenagem das vias. Um morador disse que a execução do asfalto foi garantida por um vereador, mas ele não acredita nisso, já que o período chuvoso está chegando. Tentaremos averiguar essa informação junto à Prefeitura de Nova Lima e algumas propostas alternativas serão apresentadas pelos alunos da disciplina OFIAUP na reunião agendada para o dia 09/11.

Moradores, alunos e professores reunidos

Retomando a conversa sobre as demandas coletivas, os alunos sugeriram que a festa junina acontecesse no campo de futebol, mas os moradores alegaram que ele já possui “donos”: os times da região, que decidem o que pode ou não acontecer naquele espaço. Contaram que já quiseram realizar um rodeio de cavalos lá, mas o evento foi vetado. Outro problema diz respeito à iluminação do campo para que ele possa abrigar eventos noturnos. O grupo responsável pelo tema se comprometeu a conversar sobre o assunto com representantes dos times de futebol e a obter mais informações, relatos e fotos das festas juninas já realizadas.

Campo de futebol

Alguns moradores informaram que há algum tempo surgiu o boato de que a Vale investiria em alguma intervenção no bairro, mas não souberam dizer de onde ou de quem veio essa notícia. Pensamos que talvez pudesse ser um bom meio de viabilizar a construção da praça que, após algumas conversas, teve sua implantação apontada como prioridade, especialmente para melhorar a espera do ônibus.
Os alunos que trabalham o tema da praça levaram uma planta do local, com o intuito de saber mais dos moradores sobre os problemas e demandas específicas, e para explicar o que eles estão pensando como proposta. Contudo, esse não se mostrou um bom canal de comunicação, já que alguns dos moradores não conseguiram entender a representação e outros ficam tímidos em desenhar ou rabiscar alguma ideia. Ficou decidido que uma maquete seria produzida para a próxima reunião a fim de facilitar o diálogo.

Planta do bairro

Alguns alunos apresentaram a ideia de retomar um atalho de pedestres que foi muito utilizado no passado, mas os moradores disseram não usar mais esse caminho, já que ele é escuro e existe uma cerca no trajeto.
Perguntamos, então, qual seria um outro problema coletivo importante, e foi levantada a questão da falta do velório, destacando que há inclusive uma área destinada à sua construção entre o campo e o cemitério. Como a próxima quarta-feira é dia de finados (02/11), espera-se que haja algum movimento e os alunos responsáveis pelo tema retornarão para conversar com algumas pessoas.

Por fim, Marcela falou que achava importante ter alguém da comunidade como porta-voz, para centralizar algumas informações/telefonemas trocados com o grupo. A moradora Lucilena ficou encarregada disso.

Visita dos alunos de OFIAUP ao bairro

Na reunião do dia 17 de outubro foram levantadas pelos alunos da disciplina OFIAUP, juntamente com moradores do bairro, algumas demandas coletivas e individuais, que podem ser divididas nos seguintes temas:

Esgoto e saneamento:
- O sistema de esgotamento adotado atualmente é o de fossas individuais. Há uma preocupação dos moradores com o rio, caso o lixo o atinja.

Pavimentação e drenagem:
- Os moradores reclamam da poeira à qual estão sujeitos pela falta de pavimentação e da lama nas ruas em consequência das chuvas.
- Fomos informados de que a vila será asfaltada, mas os moradores não têm muitas informações sobre o processo.

Ruas sem pavimentação que recebem as águas cinzas

Espaço público:
- Os moradores demonstraram uma certa dúvida quando pedimos para definirem o ponto de encontro no local, mas com o desenvolvimento da conversa, definiram 2 “praças”: o largo do ponto de ônibus e a “praça” perto do campo de futebol. Nas casas também acontecem encontros. Os moradores alegam que um ponto de encontro com uma estrutura melhor seria muito bom para a comunidade, inclusive como local para discutirem as questões do bairro. Segundo eles, “algo precisa acontecer” para que os locais de encontro transformem-se efetivamente em praças, para não se perderem, por exemplo, quando o local for asfaltado e correr o risco de se transformar em área de estacionamento.
- Faltam calçadas para pedestres e iluminação nas vias. Os moradores mostraram-se resignados com relação às calçadas, alegando que elas correspondem a um “padrão” das vias de Nova Lima.
- Alguns atalhos de pedestres foram eliminados pela instalação de pousadas.
- Foi identificado também o problema da ausência de lixeiras, o que faz com que o lixo seja depositado nas vias, ficando ao alcance dos cachorros. Há coleta três vezes por semana, mas não é suficiente para manter as vias limpas.

Largo do ponto de ônibus

“Praça” perto do campo de futebol

Lazer:
- O campo de futebol é um dos principais equipamentos para a comunidade, mas não possui iluminação nem arquibancada. Com a iluminação, eventos como a festa junina (destacada como a festa mais influente no local) poderiam acontecer ali.
- De acordo com os moradores, faltam locais para as crianças brincarem e espaços para prática de atividades esportivas, como caminhada e ginástica.

Campo de futebol

Demandas individuais – modificações das moradias:
- Os lotes possuem área de 360m², mas há desmembramentos. Alguns moradores demonstram interesse em melhorar as moradias, mas esbarram na dificuldade de adquirir materiais para as alterações nas casas.
- Lucilena quer fazer uma garagem e uma loja em sua residência.
- Marlene está com problemas decorrentes de cortes nos terrenos vizinhos.
- Zé (que não estava presente) já havia alegado que também precisa modificar a sua.

Cortes pouco criteriosos em terrenos de alta declividade

OFIAUP – Oficina Integrada de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo

No segundo semestre de 2011, os alunos da disciplina OFIAUP (Oficina Integrada de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo), ministrada no curso noturno de Arquitetura e Urbanismo pela professora Junia Ferrari, trabalharão demandas de moradores do bairro Capela Velha.

EMENTA: Problemas de requalificação e urbanização de assentamentos precários. Abordagem critica do espaço construído por meio do entendimento de seus aspectos sociais, psicológicos, econômicos, ambientais, técnicos e legais. Concepção do projeto de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para requalificação de assentamentos precários.

OBJETIVOS: Formar as competências para análise crítica, diagnóstico urbano e arquitetônico e proposições para intervenções em assentamentos precários. As atividades propostas têm o objetivo de treinar as habilidades do aluno na resolução dos problemas conceituais, funcionais, legais, plásticos, técnico-construtivos e de representação relacionados a requalificação urbana, paisagística e aos problemas habitacionais em assentamentos precários.

Visita ao bairro Capela Velha

Participantes: Denise, Júnia, Marcela, Bianca e Paulinisia

A segunda visita ao Capela Velha teve por objetivo iniciar uma aproximação com os moradores do bairro. Santa e Odilon, residentes na Rua A, nos receberam para uma conversa.

De início nos chamou a atenção o avanço das obras da moradia que Odilon está construindo. A nova casa pretende ser maior e mais segura que a antiga. Santa nos contou que no último período chuvoso a família enfrentou dificuldades devido à fragilidade da moradia que os abriga. Após o término da nova casa, provavelmente a antiga será demolida.

Atual casa dos moradores Santa e Odilon (ao fundo) e nova casa começando a ser construída na frente da antiga (fotografia de 17/08/2011)

Nova casa dos moradores Santa e Odilon sendo construída por este (fotografia de 25/08/2011)

Denise apresentou rapidamente o projeto de pesquisa Diálogos à moradora Santa, que a princípio acreditou tratar-se de uma assessoria paga, e argumentou que a comunidade é pobre e não tem condições de pagar pelos serviços de um arquiteto. Esclarecemos que trata-se de um projeto acadêmico, gratuito, que parte do pressuposto de um desejo recíproco de diálogo e compartilhamento de informações, mas sem recursos para o auxílio financeiro à comunidade envolvida. Exemplificamos os trabalhos que poderiam ser desenvolvidos: desde questões coletivas – espaços comunitários, etc – até as demandas individuais de cada família – fossa, drenagem, dúvidas sobre dimensionamento de cômodos, soluções alternativas para contenção de encostas, etc.

Denise e Marcela conversando com a moradora Santa

Questionamos Santa sobre a possibilidade de apresentarmos o projeto em uma reunião do Vida Nova, pois acreditamos que as famílias cadastradas no programa podem se beneficiar do nosso trabalho. A moradora nos informou que a próxima reunião ocorrerá no dia 15 de setembro, mas provavelmente acontecerá no bairro Jardim Canadá. Santa disponibilizou-se a procurar mais informações e comunicá-las à equipe Diálogos.

Santa nos informou que o distrito de Macacos não tem recebido muitos recursos da Prefeitura de Nova Lima nas questões relativas à moradia. A moradora disse que há um programa que disponibiliza materiais de construção às famílias de baixa renda, mas não conhece ninguém que tenha sido contemplado em Macacos. Nos comprometemos a buscar informações sobre os programas de melhoria habitacional vigentes.

Perguntamos sobre a possibilidade de uma aproximação com outras lideranças do bairro, mas Santa disse que a comunidade está desmobilizada e a associação de moradores sem presidente.

Odilon, marido de Santa, trabalha na construção civil e está construindo a nova casa da família. Inicialmente, a moradia terá quatro cômodos, mas será ampliada no futuro. Todas as decisões relativas à construção – dimensionamento, materiais, etc – foram tomadas por eles, que não tiveram nenhuma assessoria. Perguntamos a Odilon sobre a possibilidade de uma parceria na construção de sua casa, mas ele acredita não precisar de ajuda, já que tem experiência em obras.

Denise entregando o folheto da pesquisa Diálogos aos moradores Santa e Odilon

Após a visita, decidimos reformular o folheto de divulgação da pesquisa, a fim de explicitar pressupostos como a gratuidade da assessoria, o público alvo, os benefícios da parceria, etc.

Caracterização do bairro Capela Velha

Situado no distrito São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, o assentamento se localiza a aproximadamente 12 km da sede de Nova Lima. A área em estudo possui muitos lotes vagos e cerca de 115 domicílios, caracterizando, ainda, uma região pouco adensada (27,5 hab/ha). É importante ressaltar que o lugar encontra-se em expansão, tendo dobrado sua população nos últimos 5 anos. A produção e o mercado imobiliário são intensos, sendo comum a existência de imóveis alugados, de acordo com moradores do local.


Exibir mapa ampliado

Quanto ao histórico do assentamento e sua situação fundiária, os moradores se dividem entre aqueles que acreditam que o maior proprietário é o Sr. Djalme Navarro e aqueles que acreditam que a área é de propriedade da Igreja Católica. As primeiras edificações foram o cemitério e o campo de futebol, que atendem todo o distrito de São Sebastião das Águas Claras. As primeiras ocupações residenciais teriam sido doações, de acordo com a associação de moradores do local, e com o tempo a área foi apropriada por loteadores clandestinos. Todos os lotes vagos estão cercados e sendo comercializados a valores que vão de R$30.000,00 a R$50.000,00. Estima-se que existam ações judiciais quanto à propriedade de parcelas, algumas concluídas.

Em relação à infraestrutura, todo o assentamento é atendido por abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo três vezes por semana. Apesar de este último serviço ser considerado suficiente é marcante o acúmulo de lixo nas ruas. O esgoto é abarcado por fossas individuais que recebem as águas negras, enquanto o restante das águas servidas são lançadas diretamente nas ruas. O sistema viário é limitado pela ausência de pavimentação e definição das ruas (com exceção de um trecho muito pequeno onde a via foi calçada com pedra fincada), bem como as calçadas e sarjetas inexistentes. A estrada que liga a sede ao assentamento também não está pavimentada, mas a via que liga-o ao distrito de Macacos possui pavimentação asfáltica.

Os equipamentos na área de estudo se limitam a um campo esportivo e uma praça, pouco estruturados, uma pousada desativada e alguns comércios e igrejas de pequeno porte, muitas vezes localizados no próprio espaço residencial. O assentamento é atendido pelo posto de saúde de Macacos e conta com uma agente do Programa de Saúde da Família. Os estudantes são atendidos por escolas da região e contam com transporte especial municipal gratuito. A praça, apesar da precariedade, pode ser considerada com uma centralidade e é o único ponto atendido pelo transporte coletivo.

A renda familiar média da região é de até três salários mínimos. Entretanto, algumas construções possuem um nível de conforto e qualidade pouco comum nessa faixa de renda nos centros urbanos metropolitanos. Na maioria dos casos, as edificações não são revestidas externamente e não possuem jardins, mas é marcante a presença de quintais e hortas.

Há muitos lotes vagos e é comum a subdivisão dos lotes ocupados em pelo menos dois domicílios, e a verticalização, que varia de dois a três pavimentos, ligada à declividade do terreno. As taxas de ocupação são razoáveis, havendo afastamentos laterais e possibilitando a existência de iluminação e ventilação mínimas, ainda que, devido às subdivisões mencionadas, as parcelas individualizadas fiquem reduzidas.

É marcante a presença de áreas verdes com alto potencial ambiental e turístico. No entanto, a intensidade da urbanização pode colocar em risco a preservação do meio ambiente. Os cursos d’água, por exemplo, podem estar comprometidos devido ao lançamento de esgoto pela ocupação, que se encontra à montante.

A declividade da área é bem acentuada, entretanto, mesmo com cortes de terreno pouco criteriosos, não há registro de ocorrência de risco. Este fato consolida o diagnóstico do Plano Municipal de Redução de Risco, realizado 2006, que considerou o assentamento como livre de risco alto e muito alto. Existem muitas casas abaixo do nível da rua, o que pode gerar um problema específico para a drenagem quando as ruas forem pavimentadas.

Fonte: Prefeitura Municipal De Nova Lima – Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano

Primeira visita ao bairro Capela Velha

Participantes: Denise, Marcela, Bianca, Paulinisia e Ana

A primeira visita ao bairro Capela Velha teve como objetivo conhecer a comunidade e vislumbrar as possibilidades de trabalhos e parcerias nesta nova etapa. A assistente Ana acompanhou-nos e se mostrou envolvida com a comunidade e alguns de seus problemas.

 

Observamos que há grande número de casas em construção ou reforma e que muitos dos moradores trabalham em pousadas nos fins de semana, de modo que provavelmente estão envolvidos na construção nos dias de folga.

 

Primeiramente procuramos Santa, a líder do Programa Vida Nova no bairro e ex-presidente da Associação de Moradores, mas não estava em casa. A filha informou que ela só não trabalha às quintas e sextas, que seriam os melhores dias para encontrá-la. Entraremos em contato pelo telefone para descobrirmos a melhor forma de aproximação com a comunidade.
Ao longo da semana procuraremos outras duas pessoas que podem nos ajudar nesse processo:
- Joaozinho, ex-líder da Associação de Moradores;
- e Marcos Cota, funcionário da Prefeitura de Nova Lima responsável pela Regional Noroeste, que envolve o distrito de Macacos e o bairro Jardim Canadá.

Reunião na Secretaria de Habitação de Nova Lima

Participantes: Denise, Marcela, Bianca, Karine, Renata, Natália, Fátima, Ana e Márcia 

A reunião tinha como objetivo vislumbrar novas possibilidades para a pesquisa Diálogos junto à Prefeitura de Nova Lima, uma vez que não foi possível encontrar famílias de 0 a 3 salários mínimos em processo de construção ou reforma no Jardim Canadá, o que é pressuposto para o trabalho. A Associação Comunitária demonstrou interesse no nosso apoio, mas de forma que não se adequa aos objetivos da pesquisa, já que demandam o projeto para o velório comunitário.

A aproximação com as novas comunidades será feita agora com o apoio da assistente social, Fátima, que mostrou interesse na pesquisa e se prestou a fornecer todas as informações que a Prefeitura levantou para o Cadastro Único das comunidades.
As assistentes Ana e Márcia disseram que no Jardim Canadá há áreas nas quais o processo de construção e reforma está acontecendo. São invasões próximas ao Campo de Futebol e à Mata da Copasa, nas quais há pessoas que compraram lotes há muito tempo, mas só agora tiveram condições de construir, ou situações de famílias que cresceram e precisam adequar a casa. No entanto são áreas irregulares, nas quais não podemos atuar com o consentimento da Prefeitura, uma vez que a permanência ali ainda não foi aprovada. O mesmo ocorre com a Ocupação Urbana no distrito de Água Limpa, uma situação de violência que não pode ser apoiada pelo órgão público.
Desse modo, as duas novas possibilidades são:
- o Bairro Capela Velha, no distrito de Macacos: uma área invadida cuja população duplicou nos últimos cinco anos. Para evitar que invadissem outras áreas, foi feito um projeto de parcelamento com lotes de 360m2, os quais tem sido naturalmente reparcelados pela comunidade no momento da ocupação.
- e o Conjunto Habitacional Alto do Gaia: construído pela Prefeitura há 15 anos e financiado pelo FHIS (Fundo de Habitação de Interesse Social), que foi entregue aos compradores sem a realização da vistoria obrigatória. Após pouco tempo as casas apresentaram trincas e rachaduras e hoje há 35 casos de risco em níveis variados (alto, médio e baixo).

Combinamos de visitar as duas comunidades no dia 16 de agosto, juntamente com as assistentes Ana e Márcia.