Visita ao Jardim Canadá

Participantes: Denise, Marcela, Bianca e Paulinisia

A visita, realizada em um sábado, teve por objetivo tentar encontrar pessoas construindo ou reformando. Acreditamos que esse tipo de atividade se intensificaria no fim de semana, partindo do pressuposto que as pessoas trabalham nos dias úteis e aproveitam o sábado e o domingo para construir suas moradias, tal como ocorria na Comunidade Irmã Dorothy. No entanto, não encontramos muitas obras, e as encontradas possuem um padrão construtivo que nos permite deduzir que seus proprietários têm renda familiar maior que três salários mínimos, não correspondendo ao público alvo da pesquisa.
Percebemos que o acesso à terra é o principal fator que diferencia a autoconstrução no Bairro Jardim Canadá das ocupações urbanas e dos loteamentos periféricos da RMBH. Como a maior parte das famílias com renda até três salários mínimos reside em imóveis alugados ou cedidos, não há grande movimentação em torno da melhoria desses imóveis. Atualmente, um lote de 360 m² no Jardim Canadá custa cerca de 180 mil reais, o que impossibilita o acesso à terra pela população de renda mais baixa. Assim, as moradias em construção ou reforma são de propriedade de famílias com renda mais elevada.

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Marcela, Simone, Juliana, André, Bianca, Paulinisia, Pedro, Danilo, Ana e Karine 

Na reunião foram discutidos meios para localizar as famílias que podem se beneficiar dos projetos Diálogos e MAR.CA. Karine, que trabalha na Prefeitura de Nova Lima, sugeriu contatarmos a assistente social Maria de Fátima Aguiar e solicitarmos acesso ao cadastro das famílias inscritas nos programas de complementação de renda da Prefeitura. Contudo, já sabemos que grande parte das famílias com renda até três salários mínimos residem em imóveis alugados ou cedidos, o que dificulta a atuação da equipe Diálogos.
Prosseguiremos na tentativa de construir uma rede social de autoconstrutores do bairro, e estudaremos alguns softwares que podem nos ajudar nesse mapeamento.
Agendamos uma visita da equipe Diálogos ao Jardim Canadá no sábado, dia 09/07, na tentativa de verificarmos se os moradores que trabalham durante a semana constróem ou modificam suas casas nos finais de semana.

Visita e entrevista a autoconstrutores residentes no Bairro Jardim Canadá

Após a entrega dos folhetos nas missas do dia 05/06, Nério, morador do Jardim Canadá 2, entrou em contato com o grupo e solicitou assessoria para o irmão Nilsinho, que construiu a própria casa e enfrentava problemas com a fossa e a drenagem do pavimento subterrâneo. Chegando à casa, fomos recebidos por Sebastião, tio do proprietário, que nos mostrou a moradia e nos levou ao pavimento construído abaixo do nível da rua, no qual há um banheiro servido por uma fossa negra. Na região foi construída recentemente uma rede de esgoto, que ainda está inoperante. No período das chuvas, o pavimento subterrâneo enche-se de água e o esgoto retorna à superfície. Sebastião não tinha muitas informações sobre o corte do terreno e a construção da casa, já que não participou do processo. Percebemos que, apesar desses problemas, não se tratava de uma moradia precária, e provavelmente seu proprietário tem renda superior a três salários mínimos, não correspondendo ao público alvo da pesquisa. Ficou decidido que a moradia não seria atendida pela pesquisa, mas que o proprietário poderia entrar em contato com a doutoranda Marcela para dialogarem sobre possíveis soluções.

 

 

 

Após a visita à casa de Nilsinho, fomos até a casa de Edmar, que trabalha como pedreiro. A princípio pensamos que ele também havia construído a própria casa, mas durante a entrevista ele nos disse que mora em imóvel alugado e que pretende mudar-se para a Bahia. Diante disso, decidimos que, nas próximas aproximações, tentaremos, na primeira conversa (mesmo que por telefone), levantar alguns dados como a faixa de renda familiar, o tipo de imóvel (próprio, cedido, alugado) no qual vive a família ou o autoconstrutor, etc.
Tentamos nos aproximar de alguns autoconstrutores sugeridos pela Joanne, diretora da Casa Jardim, mas percebemos que todos eles não desejavam assessoria nas obras que estavam executando.

 

 

Marcela tentará, durante o feriado, conversar com outros autoconstrutores residentes no bairro.

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Marcela, Bianca e Paulinisia

Decidimos dar um maior destaque às questões relativas à autoconstrução no projeto de pesquisa Diálogos, visto que foram apontados alguns autoconstrutores pelas lideranças do bairro e pelo fato conhecermos algumas pessoas que trabalham na construção civil e residem no Jardim Canadá. Entraremos em contato com essas pessoas e agendaremos entrevistas segundo um roteiro a ser elaborado pela profa. Denise. Paralelamente, tentaremos levantar as áreas do bairro onde vivem as famílias com renda entre 0 e 3 salários mínimos. A partir desses dados, daremos início ao mapeamento da rede social proposta na reunião de 07/06.
Durante a entrega dos folhetos nas missas do dia 05/06, uma moradora do Bairro Jardim Canadá solicitou à Marcela assessoria para modificar o acesso à sua moradia, mas possuía renda superior à faixa atendida pela pesquisa. Apenas um morador contactou o grupo após a entrega desses folhetos. A visita à sua moradia foi agendada para o dia 22/06, ocasião em que tentaremos entrevistar outro morador que trabalha no setor da construção civil.

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Juliana, Marcela, Simone, Pedro Schultz, André, Bianca, Paulinisia, Pedro, Danilo, Ana e Karine 

Após a avaliação da última visita ao Bairro Jardim Canadá, foram discutidos meios de promover uma aproximação da nossa equipe com a comunidade. Ficou decidido que uma rede social será mapeada partindo de algumas indicações dos líderes com os quais conversamos na última visita e daqueles que procurarem o grupo por meio dos panfletos distribuídos nas missas do dia 05/06.

Esse mapeamento será realizado em conjunto com os bolsistas do MAR.CA, de modo que os bolsistas do projeto Diálogos identificarão pessoas e suas relações – familiar, de trabalho, comercial, institucional; e os bolsistas do projeto MAR.CA identificarão fontes de matérias primas e resíduos no bairro.
Os dados levantados serão mapeados em uma base comum, ainda a ser definida.

Visita ao Jardim Canadá: Pe. Edson, Antônio e Gracinha, Joanne

Participantes: Denise, Marcela, Simone, Paulinisia e Bianca 

1) Conversa com Pe. Edson
Denise apresentou a pesquisa ao Padre e contou sobre o trabalho realizado na Comunidade Irmã Dorothy no último ano. Explicamos que o nosso interesse no Jardim Canadá se deve principalmente à variedade do bairro e Pe. Edson reconheceu que há, de fato, situações de contraste e várias possibilidades de ação. Um problema comum destacado por ele é a questão dos aluguéis, que são em geral muito caros. Um lote comprado há 4 anos por 52 mil reais vale hoje 120 mil, e com essa valorização ocorreu o aumento do custo de locação. Embora a atuação da Igreja seja restrita à comunidade católica, reconhecemos como um público importante para a divulgação inicial e o Padre permitiu que explicássemos o trabalho e distribuíssemos panfletos durante as missas do domingo, tanto na Igreja de São Judas Tadeu (onde há maior número de fiéis, mas são dispersos) quanto na de São Francisco (que apesar de agregar poucas pessoas, é uma comunidade dinâmica e participativa).
Além disso, Pe. Edson apresentou-nos a duas pessoas que disse serem importantes no bairro  e que estão também ligadas às atividades da igreja: Antônio, novo vice-presidente da Associação Comunitária e proprietário de uma empresa de caçambas, e sua esposa Gracinha, que trabalha para a própria Igreja. O casal ficou animado com o trabalho do Diálogos e disse que nossa presença nessa nova fase da Associação Comunitária seria importante. Dentre os principais problemas destacados por eles no Jardim Canadá estão: a inexistência de um velório, a necessidade de um salão comunitário para a Igreja, a sujeira das ruas e ausência de um bota-fora, a necessidade de meio-fios e árvores nas calçadas e a ausência de pontos de ônibus.
Pe. Edson, Antônio e Gracinha disseram que deveríamos entrar em contato também com Sérgio, futuro presidente da Associação e pessoa de influência na comunidade.

2) Conversa com Joanne, coordenadora da ONG Casa do Jardim:
Joanne disse que devemos ter uma ideia do que gostaríamos de fazer para apresentar à comunidade, embora explicássemos que nosso trabalho surge do “fazer junto” com a comunidade e não da proposição de uma ideia previamente pensada.
Segundo ela, há uma carência de espaços para as crianças brincarem no bairro. Antes da Praça dos Quatro Elementos, o único espaço de lazer era o Parquinho da Vale, no leste do bairro, e as próprias creches e escolas não têm esse tipo de ambiente. Discutimos a possibilidade de criar brinquedos a partir dos resíduos existentes no bairro, mesmo que fosse algo provisório. Outra questão destacada por ela é a necessidade de pontos de ônibus e a arborização do bairro, especialmente no que se refere à criação de espaços sombreados.
Joanne disse que também poderíamos deixar panfletos na Casa do Jardim e que ela ajudaria na divulgação do nosso trabalho. Além disso, ela conhece pessoas próximas à ONG que estão construindo ou reformando e disse que entraria em contato a fim de verificar a possibilidade de conversarmos com eles.

Reunião na Secretaria de Habitação de Nova Lima

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Renata e Natália

 

O objetivo da reunião foi compreender como poderia ser feito um trabalho em conjunto entre a UFMG, representada pelo PRAXIS, e a Prefeitura de Nova Lima.

Renata, secretária da habitação, informou da disponibilidade de um estudo feito pela Ana Schimit sobre o Jardim Canadá, que contém diversos mapas e um diagnóstico completo, além de propostas de intervenção.

Foi discutida a possibilidade de trabalhar com o processo de Regularização Fundiária no bairro, o que se mostrou uma grande demanda. Natália explicou um pouco como funciona o processo, explicando que a Regularização não considera a forma da ocupação, mas sim as características do lote, e que nenhum imóvel pode ser aprovado sem a infraestrutura básica (água, luz, esgoto). Algumas áreas de invasão irregular do Jardim Canadá já foram identificadas no estudo da Ana Schimit como ZEIS e atualmente está sendo elaborado pela Prefeitura o Plano de Regularização Fundiária,  que pretende hierarquizar o processo, definindo os casos prioritários para o benefício. De qualquer modo, a Regularização Fundiária não precisa ser iniciativa do Poder Público. A partir de requerimentos individuais pode-se organizar a comunidade para demandar a conclusão da infraestrutura, facilitando o processo de regularização.

Outro assunto discutido foi a construção de um Conjunto Habitacional na Rua Taber, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, para receber algumas das famílias irregularmente assentadas no bairro. Há um cadastro de mais de 200 famílias de 0 a 3 S.M. que se candidataram para ocupar os 96 apartamentos que serão oferecidos e  talvez fosse possível realizar uma parceria com a faculdade no processo de escolha das famílias que receberão o imóvel e ao longo do programa “pré-morar”, que acompanha as famílias durante 6 meses a partir da mudança, a fim de encontrar possibilidades de geração de renda e melhoria da convivência em comunidade.

 

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Natacha, Juliana, Duboi

Foi relatada a todo o grupo a conversa com Gresse no dia 16/04 no JA.CA e Natacha pensa que devemos procurar o pessoal da Igreja Católica para possível apoio no diálogo com os moradores, já que a Igreja de São Francisco está em reforma por meio de mutirão. Concluiu-se que a atuação de Gresse está muito ligada à luta pela moradia e, como o movimento está fraco, as pessoas têm se dispersado e ela deixou de ser uma referência tão forte para a comunidade.

Foram discutidas possibilidades para a disciplina optativa que tenha relação com o mestrado da Marcela, abordando a incorporação da prática ao conhecimento acadêmico e surgiu a ideia da criação de oficinas que catalisariam a participação dos moradores do Jardim Canadá no processo. Juliana acha que devemos pensar alto por termos o apoio da Prefeitura de Nova Lima e lembrou que o caso da Rua Búfalo – que foi asfaltada embora os moradores desejassem a construção de uma praça – poderia ser um ponto de partida. Sugeriu também que pensássemos quais ruas podem se tornar espaço público e quais são de fato necessárias à circulação.

 

Oficina Informal

Entre os dias 2 e 6 de maio as bolsistas do Projeto Diálogos participaram do workshop “Mapeamentos da diversidade”, ministrado por Antonio Yemail, da Oficina Informal.

O material produzido no workshop está disponível em:

http://www.oficinainformal.com/index.php?/academicos/belo-horizonte/

Reunião com lideranças do Bairro Jardim Canadá no JA.CA

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Marcela Lopes, Juliana, Simone, Pedro, Ana, Karine, Danilo, Sarah, Marcela Rosenburg e Gresse.

 

A pesquisa Diálogos foi apresentada à Gresse, única liderança do bairro que compareceu à reunião, apesar de várias terem confirmado a sua presença. A apresentação compreendeu uma breve explicação dos objetivos da pesquisa e o trabalho realizado na Comunidade Irmã Dorothy.

 

 

Gresse explicou que a origem da associação ACAJACA, criada há aproximadamente três anos e que hoje conta com cerca de 300 associados, está ligada ao fato de que muitos moradores não conseguiam associar-se à Associação Comunitária do Bairro Jardim Canadá, por isso uma nova entidade foi criada com a finalidade de lutar pelos interesses dessa parcela excluída da antiga Associação. Entre as questões relativas à moradia, Gresse apontou como principal demanda das famílias mais carentes do bairro a regularização fundiária e o acesso aos programas de habitação de interesse social da Prefeitura de Nova Lima, visto que grande parte dessas famílias moram em imóveis alugados. Gresse obteve (não oficialmente) a informação de que 96 moradias seriam construídas pela Prefeitura no bairro, mas não sabe quando, onde nem quais famílias serão beneficiadas. Quanto às questões coletivas, a líder apontou a carência de pontos de ônibus e lixeiras em todo o bairro. Contudo, Gresse teme que os muitos projetos que surgem no bairro gerem grandes expectativas nos moradores, que acabam por desacreditar nessas iniciativas, já que a maior parte delas não resulta em soluções para a comunidade.
Foi sugerido o contato com o casal Antônio e Gracinha, o qual organiza as festas da Igreja São Judas Tadeu e tem um grande envolvimento com a comunidade.