OFIAUP – Reunião com a População

No dia 23/03/2014, foi realizada a segunda reunião com os moradores, divulgada antecipadamente através de faixa e panfletos distribuídos pelos moradores e alunos. Na ocasião estiveram presentes os alunos e a professora da disciplina, as bolsistas da Escola de Arquitetura Daniela e Luiza, em média 15 moradores, além de um representante da Prefeitura Municipal de Nova Lima, Marcos Landa.

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PLACA INFORMATIVA PARA A POPULAÇÃO. Foto: Daniela Lauria

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FOLHETO DISTRIBUÍDO PELOS ALUNOS CONVIDANDO À REUNIÃO. Fonte: Daniela Lauria

Nessa oportunidade o grupo utilizou um mapa colaborativo com o objetivo de registrar alguns ensaios para o layout da Praça. Esta experiência possibilitou demonstrar aos moradores a dimensão dos equipamentos solicitados em relação ao espaço da Praça, uma vez que tudo foi trabalhado na mesma escala. A partir dai foi bem mais fácil decidir as prioridades para o Projeto.

Dinâmica feita pelos alunos: Mapa da praça e objetos representativos dos projetos e da realidade da praça para entendimento da população

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MAPA COLABORATIVO. Foto: Daniela Lauria

 

 

 

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MAPA COLABORATIVO. Foto: Daniela Lauria

 

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PROFESSORA JUNIA EXPLICABDO O PROJETO PARA A POPULAÇÃO. Foto: Daniela Lauria

 

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APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS PESQUISAS FEITAS PELOS ALUNOS. Foto: Daniela Lauria

 

Levantamento da Praça

Outra ação importante foi o levantamento planialtimétrico detalhado do local, realizado no dia 08/03/2014. O trabalho foi feito sob a coordenação da Professora Junia e com o apoio do profissional Bruno Neiva Vartuli que disponibilizou sua Estação Total e ensinou aos presentes o manuseio do equipamento. Além da experiência proporcionada aos alunos, a comunidade ganhou um registro minucioso do local, que servirá de subsidio aos trabalhos de elaboração do Projeto da Praça de Capela Velha.

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PROFESSORA JUNIA ENSINANDO LEVANTAMENTO USANDO MANGUEIRA. Foto: Daniela Lauria

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ALUNOS FAZENDO LEVANTAMENTO COM AUXÍLIO DO MORADOR SR.ZÉ. Fonte: Daniela Lauria

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PROFISSIONAL BRUNO NEIVA ENSINANDO OS ALUNOS SOBRE O FUNCIONAMENTO DO ESTAÇÃO TOTAL. Fonte: Daniela Lauria

 

 

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ALUNOS USANDO ESTAÇÃO TOTAL PARA O LEVANTAMENTO. Foto: Daniela Lauria

 

 

 

 

 

Retomada do Projeto Diálogos em Capela Velha

No primeiro semestre de 2014 o Grupo Praxis retomou o projeto Diálogos em Capela Velha, município de Nova Lima, através de uma parceria com a Fundação Israel Pinheiro (FIP) e a Prefeitura Municipal de Nova Lima, tendo como objeto a elaboração do Projeto da Praça de Capela Velha pelos alunos da disciplina OFIAUP – Oficinas Integradas de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo: Intervenções em Assentamentos Precários. O acordo é parte das ações de implementação do Plano de Regularização Fundiária no município, elaborado pela FIP, e que tem a Praça como uma das maiores demandas da população local.

 

MAPA CAPELA VELHA. Fonte: TP1 2014/1

 

A primeira ação do grupo foi realizar a primeira reunião com a população, que  ocorreu no dia 09/02/2014 e estiveram presentes os alunos da disciplina juntamente com a Professora da Escola de Arquitetura e pesquisadora do Praxis, Junia Ferrari, além de representantes da comunidade, da Prefeitura de Nova Lima – Sr. Landa, e da FIP, a arquiteta Rafaela. Nessa ocasião foi apresentado pela FIP e Prefeitura a intenção de se retomar as discussões sobre a elaboração do projeto que será construído como parte das ações do Plano de Regularização Fundiária do município.

Vários moradores se manifestaram e ficou decidido que os alunos iriam elaborar um questionário e apresentar à comunidade de maneira a obter subsídios para a elaboração do projeto.

Esse trabalho ocorreu em um final de semana, dia 15/02/2014 e foram visitados 45 dos 250 domicílios locais, ou seja, mais de 18%, numa amostragem significativa que apontou que 44% dos entrevistados não sabiam do projeto, mas mais de 95% concordavam com a iniciativa. Foi constatado também que as maiores demandas para a Praça são:

  • Ampliação do ponto de ônibus;
  • Academia da cidade;
  • Parquinho para crianças;
  • Ponto comercial de alimentos e/ou artesanato local (sem comercialização de bebidas alcoólicas).
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PESQUISA REALIZADA PELOS ALUNOS. Fonte: TP1 2014/1

 

OFIAUP – mutirão para construção da escada

Durante a semana dos dias 26 a 30 de novembro, os alunos da disciplina OFIAUP buscaram e compraram o restante do material necessário para a construção: corpos de prova, pneus, cimento, arame e algumas ferramentas. Ainda nessa semana, alguns alunos foram ao bairro Capela Velha dar início à construção da escada utilizada como corta caminhos entre duas ruas do bairro. A situação da escada era precária, mas ainda assim bastante utilizada, já que liga as duas principais ruas do bairro, bem como o campo de futebol e alguns pontos importantes de comércio e serviços (padaria, bares e igreja).

Os alunos foram divididos em três grupos, cada um responsável por construir um trecho da escada. O Grupo 1 se encarregou do trecho da parte mais baixa do terreno e optou por trabalhar com os corpos de prova de concreto. O Grupo 2 ficou responsável pelo trecho intermediário, e optou pelo mesmo material utilizado pelo Grupo 1. Já o Grupo 3, optou por trabalhar com os pneus que sobraram do último mutirão realizado no bairro, e ficaram responsáveis por construir o trecho da porção mais alta do terreno.

Os grupos 1 e 2 foram ao bairro no dia 01/12 para dar início à construção. No dia 02/12, os alunos desses grupos voltaram ao bairro para finalizarem sua parte, e os integrantes do Grupo 03 deram início a suas ativades.

Trabalho iniciado no dia 01/12 pelos alunos dos Grupos 1 e 2.

Poucos moradores se disponibilizaram a ajudar nos dias de mutirão e, portanto, os alunos arcaram praticamente sozinhos com todo o custo dos materiais, bem como com a construção de todo o processo.

Grupo 03 iniciando seus trabalhos.

Grupo 03 iniciando seus trabalhos, supervisionados pela Professora Junia Ferrari.

Colocação dos primeiros pneus no trecho do Grupo 03.

Enquanto o Grupo 03 dava início à construção de seu trecho, os outros grupos chegaram e foram orientados pela Professora Junia Ferrari sobre alguns ajustes, como a largura da escada (aumentar a quantidade de corpos de prova nesse trecho).

Colocação de mais corpos de prova na largura da escada.

O Grupo 01 optou por colocar restos de cerâmica nas bordas da escada, de maneira a facilitar o assentamento dos corpos de prova.

Colocação de restos de cerâmica nas bordas da escada do trecho 01.

Os alunos do Grupo 01 contaram com a ajuda da Professora Marcela no assentamento das cerâmicas nas bordas da escada.

Os alunos do Grupo 03 contaram com a ajuda do Buiu (morador do bairro Capela Velha) durante grande parte do processo.

Buiu (morador do bairro) ajudando os alunos do Grupo 03.

Alunos do Grupo 03 socando a terra dentro dos pneus.

Os alunos do Grupo 02 foram os primeiros a concluir a construção do trecho da escada que ficou sob sua responsabilidade.

Trecho 02 concluído.

Depois foi a vez dos alunos do Grupo 03 concluírem o trecho de pneus.

Trecho 03 concluído.

Por fim, os alunos do Grupo 01 concluíram o primeiro trecho da escada.

Trecho 01 em processo de conclusão.

OFIAUP – Reunião com os moradores do bairro Capela Velha

No dia 14 de novembro, os alunos da disciplina OFIAUP 2012/2, ministrada pela Professora Junia Ferrari, organizaram o “Terceiro Caldo com Prosa” no bairro Capela Velha. A reunião aconteceu entre os alunos da disciplina e moradores do bairro Capela Velha, onde foram discutidas as próximas ações no bairro, bem como as definições de tarefas dos mutirões de construção.

Convite para o "3º Caldo com Prosa" no bairro Capela Velha

Os alunos se dividiram em grupos e levaram as seguintes possibilidades de intervenção no bairro:

1-    Implantação de placas indicativas de direção e locais próximos para melhor sinalização do bairro;

2-    Melhoria da escadaria existente que liga as duas principais ruas do bairro;

3-    Construção de equipamento público ao lado do campo de futebol.

Para complementar o trabalho, os alunos levaram a maquete com a topografia do bairro, e fizeram algumas montagens das possibilidades, para que os moradores pudessem visualizar melhor os possíveis resultados.

Maquete da topografia do bairro Capela Velha

Ao chegar no bairro para a reunião, o grupo viu que haviam sido instaladas algumas placas de sinalização e direcionamento do bairro e de locais próximos ao bairro. Portanto, acabaram descartando a primeira possibilidade citada. Os moradores gostaram bastante das outras duas opções e disseram que gostariam de executar todas, sendo que dividiriam todo o trabalho em etapas. Além dessas novas possibilidades, foi discutida também a ideia de continuar as ações na praça do bairro, onde já foi construído o muro de contenção de pneus.

Foi feita, então, uma votação entre os moradores para saber qual das opções seria discutida a partir de agora, para ser executada nos mutirões. A maioria presente votou pela continuidade dos trabalhos na praça existente. No entanto, surgiram vários impasses com relação ao trailer de comidas e bebidas que um dos moradores do bairro instalou ali, o que levou à decisão de focar o trabalho primeiramente na escadaria e deixar a discussão sobre a praça para um outro momento.

Moradores e alunos durante o "3º Caldo com Prosa"

Ao final da reunião, ficou resolvido que os presentes se organizariam para a realização de um mutirão no dia 24 de novembro (sábado). Para tal, os alunos se responsabilizaram por finalizar e detalhar o projeto e arrecadar os materiais, enquanto os moradores conversariam com os outros que não puderam estar presentes na reunião, para ver a disponibilidade de mais pessoas para participar do mutirão. As mulheres do bairro novamente se encarregaram de preparar o lanche e resolver as demais questões que surgirem ao longo da semana (transporte, mobilização, arrecadação de materiais, etc).

Vídeo sobre o processo de construção do muro de contenção na praça do bairro Capela Velha – Macacos, Nova Lima

 

Revista Diálogos – bairro Capela Velha – Macacos, Nova Lima

Visita a autoconstrutores residentes em Macacos (Nova Lima) – Rosângela

Rosângela é moradora de Macacos – Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e mora com as duas filhas e uma neta numa casa construída pelo marido (in memorian). A família mora na casa há aproximadamente 20 anos e possui também 02 lojas no bairro Capela Velha (distrito de Macacos), também construídas pelo marido. O marido trabalhou como servente de pedreiro durante muitos anos e, assim que se qualificou como pedreiro, começou a construir sua casa com a ajuda do sobrinho, Pedro (com 07 anos na época).

O lote no qual a casa está construída é parte da herança que a mãe do marido de Rosângela deixou para seus filhos. Ao todo, são 03 casas construídas no lote e a casa de Rosângela fica na porção mais baixa do terreno, à beira do córrego que passa na região. Já o lote no qual a família construiu as duas lojas, fica no bairro Capela Velha (distrito de Macacos) e, segundo relato dos moradores, foi doado pelo Coronel Navarro. O sobrinho de Rosângela, Pedro, contou que a maioria dos terrenos do bairro Capela Velha eram de propriedade da Igreja Católica e que, em algum momento, foram vendidos ao Coronel Navarro. Depois disso, muitas pessoas começaram a ocupar a região e, para que não ocupassem toda a área, o Coronel doou parte das terras para a população da região e loteou a outra parte.

Casa de Rosângela em Macacos

Inicialmente, a casa de Rosângela tinha 04 cômodos, mas com o passar dos anos e a mudança das necessidades, foram construídos mais 02 cômodos, de modo que cada filha tivesse 01 quarto separado e que fosse feita também uma varanda. Toda a decisão espacial e material foi tomada pela família, principalmente pelo marido, que comandou e executou toda a obra da casa. Este foi o primeiro trabalho do marido de Rosângela como pedreiro, já que antes trabalhava como servente. Quando se tornou pedreiro, começou a ensinar a profissão aos serventes que trabalhavam com ele, inclusive Pedro, que é o responsável pelas obras futuras na casa de Rosângela.

Os autoconstrutores não utilizaram nenhum tipo de equipamento (tratores, máquinas pesadas) na obra, ou seja, fizeram tudo à mão, com o auxílio de enxadas, marretas, picaretas e outros instrumentos que já possuíam. Já os materiais utilizados foram sendo conseguidos ao longo dos anos. Segundo a moradora, muita coisa foi “reciclada” das sobras de materiais de outras obras que o marido trabalhava, enquanto a outra foi retirada do próprio terreno, como o minério de ferro e pedras do rio, além de alguns troncos de árvore utilizados para fazer a estrutura do telhado. Rosângela contou também que trocaram a estrutura do telhado há algum tempo, já que o marido havia recebido como doação telhas novas de uma outra construção que participou. O piso da casa e toda a fundação foram feitos em minério de ferro, retirado do rio. No entanto, a moradora conta que já sente a necessidade de reforçar a fundação e trocar o piso, pois o material apresenta alguns desgastes.

Muro feito com minério de ferro pelo marido de Rosângela

Casa de Rosângela em Macacos

Além dessas reformas desejadas, Rosângela teve a urgente necessidade de construir uma garagem para abrigar seus dois carros. A família está construindo essa garagem no local onde fica a escada de acesso à casa de Rosângela, como mostra a foto abaixo:

Garagem sendo construída para abrigar dois carros

Rosana, a filha mais nova de Rosângela, deseja construir uma casa no segundo pavimento das lojas que a família possui no bairro Capela Velha, para morar com o namorado. Essa casa será construída com o dinheiro que a filha receberá do seguro de vida do pai, e será Pedro quem se responsabilizará pela obra. Além disso, Rosângela deseja construir uma outra casa no terceiro pavimento dessa edificação, para que ela possa morar.

A casa da família está em ótimas condições de conservação, além de apresentar boa iluminação e ventilação. Ainda não possui ligação com a rede de esgoto de águas cinzas, apenas para águas negras, como a maioria da região. Para tal, a casa conta com 05 fossas, sendo que 04 estão sendo utilizadas e uma delas é de reserva.

 

Visita a autoconstrutores residentes no bairro Jardim Canadá (Nova Lima) – Jacy

No dia 23.08.2012 foi realizada a primeira visita ao Jacy, morador do bairro Jardim Canadá, Nova Lima. Jacy vive atualmente com sua família no bairro Jardim Canadá e pretende construir uma nova casa no mesmo bairro. Para a construção da casa, já foi adquirido um meio lote, forma de ocupação bastante usual. Jacy pretende construir a casa em parceria com seu primo Márcio, que tem a intenção de fazer casas para alugar. A ideia é construir uma casa maior no primeiro pavimento, onde Jacy irá viver com sua família e outras duas casas menores no segundo pavimento, que Márcio pretende alugar.

O terreno em declive foi aterrado, os proprietários gostariam que o lote tivesse o mesmo nível para melhor aproveitamento da área. No entanto, essa escolha acarreta custos na estrutura e fundação da edificação, bem como muros de arrimo nas divisas.

Terreno no qual será construída a casa de Jacy e sua família

No dia da primeira visita, o lote foi visitado bem como foram discutidas diferentes possibilidades, soluções construtivas e alternativas de articulação espacial para as casas. As possibilidades foram mostradas no programa sketch up. Discutiu-se sobre 4 diferentes arranjos espaciais:

- Casa 1: a edificação abriga 3 casas. 1 no primeiro pavimento e 2 no segundo. A casa do primeiro pavimento tem dois quartos, dois banheiros, uma sala, uma cozinha e uma área de serviço externa, voltada para o quintal. As casas do segundo pavimento são iguais, ambas tem um quarto, um banheiro, uma cozinha e sala conjugadas e área de serviço externa. O acesso ao segundo pavimento acontece por uma escada na fachada frontal da edificação. A cobertura é feita com laje plana de concreto e telha de fibro-cimento.

- Casa 2: a edificação abriga 3 casas. 1 no primeiro pavimento e 2 no segundo. A casa do primeiro pavimento tem dois quartos, dois banheiros, uma sala, uma cozinha e uma área de serviço externa, voltada para o quintal. As casas do segundo pavimento são iguais, ambas tem um quarto, um banheiro, uma cozinha e sala conjugadas e área de serviço externa. O acesso ao segundo pavimento acontece por uma escada na fachada frontal da edificação.  A cobertura não é feita com laje de concreto, mas com telhado cerâmico e forro.

- Casa 3: a edificação abriga 3 casas. 1 no primeiro pavimento e 2 no segundo.  A casa do primeiro pavimento tem dois quartos, um banheiros (para que o quarto dos filhos seja ampliado), uma sala, uma cozinha e uma área de serviço externa, voltada para o quintal. As casas do segundo pavimento são iguais, ambas tem um quarto, um banheiro, uma cozinha e sala conjugadas e área de serviço externa. A primeira casa dos egundo pavimento encontra-se deslocada em relaçnao à segunda casa, o que possibilita o acesso ao segundo pavimento por uma escada na fachada lateral da edificação. A cobertura é feita com laje inclinada de concreto e telhado verde feito com lona.

- Casa 4: a edificação abriga 2 casas. 1 no primeiro pavimento e 1 no segundo. Ambas as casas são iguais, tem dois quartos, dois banheiros, uma sala, uma cozinha e uma área de serviço externa. O acesso ao segundo pavimento acontece por uma escada na extermidadedo terreno, o que possiblita o  estacionamento de dois carros na parte da frente da casa. A cobertura não é feita com laje de concreto, mas com telhado cerâmico e forro.

Além das possibilidades construtivas e de articulação espacial para as casas, conversou-se sobre o coletor solar de baixo custo e o telhado verde. Algumas referências foram indicadas.

Coletor Solar de baixo custo:

Vídeo explicativo

Sociedade do Sol

Manual – ASBC RJ

Telhado Verde:

Instituto Kairós

Passo a passo para fazer um telhado verde

Lecy Picorelli – Bio Arquitetura

Morada Viva

Márcio infelizmente não pôde estar presente nesse primeiro encontro, mas ficou acordado que o conteúdo da discussão bem como o modelo tridimensional produzido no sketch up seriam lhe enviados por email.

Visita a autoconstrutores moradores do bairro Capela Velha (Macacos, Nova Lima) – Seu Zé e Dona Nilda

No dia 23.08.2012 foi realizada uma visita ao Seu Zé, que é morador do bairro Capela Velha. Seu Zé e sua esposa Dona Nilda moram há 5 anos no bairro, em uma casa construída por eles. Antes de se mudar para o Capela Velha, o casal morou em um condomínio onde Seu Zé trabalhou como jardineiro, caseiro e pedreiro no bairro Olhos Dágua.

Quando moravam nesse último bairro, o casal decidiu se mudar para o Capela Velha, onde o Seu Zé já tinha um lote há 9 anos. Naquela época, os recursos para a compra do terreno vieram a partir de um empréstimo tomado pelo Seu Zé no banco e com antigos patrões.

O terreno havia sido uma doação do Coronel Djalma Navarro para a pessoa de quem o Seu Zé comprou o lote,  já há quatorze anos. Como documento pela compra do terreno, Seu Zé somente recebeu um documento relativo à doação. Nessa época, ainda não havia nada construído no lote, que tem dimensões de 10X40 m.

Para começar a construção foi preciso fazer cortes no terreno. Seu Zé fez os cortes e construiu os muros de arrimo, feitos de bloco de concreto cheio, com ferragens. Foram feitos três cortes significativos no terreno e dessa forma construídos três muros de arrimo, além de um aterro. Seu Zé decidiu implantar a edificação na porção mais baixa do terreno para que a casa não sofresse com o barulho da rua e do bar do vizinho.

Implantação da casa de Seu Zé e Dona Nilda no terreno

Para construir a casa, Seu Zé teve ajuda de um amigo pedreiro. Ambos moravam no bairro Olhos Dágua e, nos finais de semana e feriados, iam juntos até o Capela Velha para trabalhar na obra, que durou mais de um ano. Apesar da ajuda do amigo, Seu Zé executou muitas etapas da obra sozinho, como a parte elétrica e hidráulica da casa (ele já havia trabalhado na construção civil como supervisor de obra).

A casa de Seu Zé e da Dona Nilda tem um quarto, um banheiro, uma cozinha ampla, uma sala de estar e uma grande varanda, a área de serviço é pequena e conjugada com a cozinha e, por isso, a varanda também é utilizada como área de serviço. As decisões espaciais e construtivas foram tomadas pelo próprio Seu Zé e não foi feito nenhum desenho da edificação. Segundo o Seu Zé, ele foi usando “a teoria”, pensando sobre os cômodos e executando a obra, tudo no próprio canteiro. A casa tem dimensões de 7X6m, medida que foi pensada em relação às dimensões do terreno (10X40m), para que a casa tivesse afastamentos laterais: um metro em relação a uma divisa e dois metros em relação a outra.

“Ficar prensado no muro é ruim né”, diz o Seu Zé.

O maior afastamento em um dos lados deve-se à instabilidade do terreno vizinho, um “buraco” de acordo com o  Seu Zé, que poderia afetar a casa, caso o terreno se movimentasse.  A dimensão da edificação em sentido longitudinal (6 metros) foi decidida em função do que o Seu Zé pensou que seria necessário para a boa articulação dos cômodos.

Vista do telhado da casa de Seu Zé e Dona Nilda

Varanda da casa de Seu Zé e Dona Nilda

Para a construção da casa, grande parte dos materiais foi comprada em depósitos no bairro Olhos Dágua e em Macacos.

A fundação da edificação tem aproximadamente 2 metros de profundidade e é  uma “estaca-broca” com base de concreto. Parte da ferragem utilizada na fundação faz parte dos trilhos de uma Estação Ferroviária, material que o Seu Zé ganhou de presente.

Ferragem utilizada na estrutura de concreto armado

Além da casa Seu Zé construiu uma garagem toda feita em madeira. Ele mesmo fez os cortes e os encaixes das peças. A estrutura da garagem é bastante alta e não possui guarda corpo ou outro anteparo para o carro, mas segundo o Seu Zé a estrutura é estável e segura. Ao lado da garagem existe outra edificação, executada em alvenaria de tijolo cerâmico e estrutura de concreto, onde Seu Zé pretende ter um armazém.

Armazém em construção (à esquerda) e garagem de Seu Zé (à direita)

Dona Nilda tem artrite e apresenta uma certa dificuldade de se locomover pelo terreno, que é muito íngreme. Segundo ela, quando vem da rua, ela gasta meia hora para descer a rampa que dá acesso à casa. De acordo com o Seu Zé, a decisão de construir uma rampa ao invés de uma escada foi para facilitar o deslocamento de Dona Nilda.

Rampa de acesso à casa de Seu Zé e Dona Nilda

Atualmente, estão reformando o muro que divide seu lote com o lote do vizinho, para amenizar o incômodo que tem devido ao bar do vizinho. Além disso, o casal pretende fazer uma varanda a partir de seu quarto e um segundo quarto, para hospedar visitas, já que recebem com frequência os parentes da Dona Nilda e os filhos do primeiro relacionamento de Seu Zé.

Área onde Seu Zé pretende construir a varanda e o segundo quarto

Muro de divisa da casa de Seu Zé com o vizinho (dono do bar)