Participantes: Denise, Júnia, Marcela, Bianca e Paulinisia
A segunda visita ao Capela Velha teve por objetivo iniciar uma aproximação com os moradores do bairro. Santa e Odilon, residentes na Rua A, nos receberam para uma conversa.
De início nos chamou a atenção o avanço das obras da moradia que Odilon está construindo. A nova casa pretende ser maior e mais segura que a antiga. Santa nos contou que no último período chuvoso a família enfrentou dificuldades devido à fragilidade da moradia que os abriga. Após o término da nova casa, provavelmente a antiga será demolida.
Denise apresentou rapidamente o projeto de pesquisa Diálogos à moradora Santa, que a princípio acreditou tratar-se de uma assessoria paga, e argumentou que a comunidade é pobre e não tem condições de pagar pelos serviços de um arquiteto. Esclarecemos que trata-se de um projeto acadêmico, gratuito, que parte do pressuposto de um desejo recíproco de diálogo e compartilhamento de informações, mas sem recursos para o auxílio financeiro à comunidade envolvida. Exemplificamos os trabalhos que poderiam ser desenvolvidos: desde questões coletivas – espaços comunitários, etc – até as demandas individuais de cada família – fossa, drenagem, dúvidas sobre dimensionamento de cômodos, soluções alternativas para contenção de encostas, etc.
Questionamos Santa sobre a possibilidade de apresentarmos o projeto em uma reunião do Vida Nova, pois acreditamos que as famílias cadastradas no programa podem se beneficiar do nosso trabalho. A moradora nos informou que a próxima reunião ocorrerá no dia 15 de setembro, mas provavelmente acontecerá no bairro Jardim Canadá. Santa disponibilizou-se a procurar mais informações e comunicá-las à equipe Diálogos.
Santa nos informou que o distrito de Macacos não tem recebido muitos recursos da Prefeitura de Nova Lima nas questões relativas à moradia. A moradora disse que há um programa que disponibiliza materiais de construção às famílias de baixa renda, mas não conhece ninguém que tenha sido contemplado em Macacos. Nos comprometemos a buscar informações sobre os programas de melhoria habitacional vigentes.
Perguntamos sobre a possibilidade de uma aproximação com outras lideranças do bairro, mas Santa disse que a comunidade está desmobilizada e a associação de moradores sem presidente.
Odilon, marido de Santa, trabalha na construção civil e está construindo a nova casa da família. Inicialmente, a moradia terá quatro cômodos, mas será ampliada no futuro. Todas as decisões relativas à construção – dimensionamento, materiais, etc – foram tomadas por eles, que não tiveram nenhuma assessoria. Perguntamos a Odilon sobre a possibilidade de uma parceria na construção de sua casa, mas ele acredita não precisar de ajuda, já que tem experiência em obras.
Após a visita, decidimos reformular o folheto de divulgação da pesquisa, a fim de explicitar pressupostos como a gratuidade da assessoria, o público alvo, os benefícios da parceria, etc.