Territórios populares + Ocupações, remoções, despejos, resistências

Linhas de análise

As linhas de análise foram metodologicamente construídas em um processo de ir-e-vir, em nada linear, calçadas pela metodologia de análise relacional de Bourdieu. Essa elaboração se deu a partir das seguintes etapas: (i) mapeamento inicial dos territórios por meio da ferramenta Google Earth; (ii) aproximação e análise das áreas por meio da ferramenta Street View; (iii) construção de narrativas de cada território; (iv) debates teórico-metodológicos; e, (v) visitas de campo. O processo não linear também ocorreu na delimitação dos territórios autoconstruídos pertinentes à pesquisa, nesse caso, localizados no vetor norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), eixo de expansão do mercado imobiliário, impulsionado por investimentos do Governo do Estado de Minas Gerais.

A elaboração das Linhas de Análise dialogou com duas referências teórico-metodológicas de leitura do espaço urbano: (i) as noções de tipos de ocupação de moradias, derivados de dados coletados em espaços concretos e não a partir de uma lógica abstrata de sistematização (KAPP, 2012); (ii) os conceitos de Infraestrutura (suporte físico dado pelo sistema geológico), Mesoestrutura (sistemas básicos de funcionamento, incluindo arruamento, rede elétrica, rede de água, etc.) e Superestrutura (conjunto das estruturas antrópicas finalísticas, tais como, moradia, escola, indústria, etc.), elaborados por Carvalho (1999). O Mapa de Zoneamento Geotécnico do município de Belo Horizonte também foi utilizado.

* CARVALHO, E. T. de. Geologia urbana para todos: uma visão de Belo Horizonte. Belo Horizonte: ETC, 1999.
* KAPP, S. Uma tipologia de espaços cotidianos. RISCO Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online), n. 15, 2012, p.5-20.