Projetos Socioambientais – Palestra dos professores Rita Veloso e Roberto Monte Mór

No dia 07.05.2012 a aula da disciplina Projetos Sócio-ambientais foi ministrada por dois professores convidados, a Professora Rita Veloso e o Professor Roberto Monte Mór. A aula da Professora Rita foi sobre o filósofo e sociólogo Henri Lefebvre e suas contribuições para compreensão do espaço urbano. Rita propôs uma retomada histórica do percurso teórico de Lefebvre, que era um pensador voltado para o mundo concreto, com reflexões para e sobre o cotidiano. O ponto de partida de Lefebvre são os primeiros textos de Karl Marx, que propõe um pensamento ativista, uma filosofia concreta e não sistemática. Lefebvre, assim como Marx, quer se aproximar da realidade a partir do mergulho no cotidiano, para ele não há reflexão que não parta do real. Segundo Rita, para entender Lefebvre é preciso ler e entender bem os conceitos propostos por Marx no século XIX, é preciso entender a crítica da economia política, o conceito de alienação e suas repercussões no espaço. Em meados do século XX, Lefebvre conhece Guy Debord e se aproxima da Internacional Situacionista, a partir desse momento acontece uma virada em seu pensamento e a análise do espaço é agregada à suas reflexões. Lefebvre menciona a cidade como condição essencial para o desenvolvimento do capitalismo, “a cidade aparece quando o cidadão se define pelo trabalho que o indivíduo exercita.“ Lefebvre ainda menciona a produção do espaço urbano como a reflexão possível sobre uma revolução urbana, mas produção e revolução não a partir do desenho urbano, e sim através da ocupação do espaço. Afinal não existe produção do espaço ou arquitetura sem mundo, a arquitetura não cria o mundo, mas ela responde a uma realidade social. A aula do Professor Roberto Monte Mór foi um aprofundamento sobre a discussão a respeito do Plano de Desenvolvimento Integrado – PDDI e sobre a excessiva centralidade do núcleo urbano de Belo Horizonte no contexto metropolitano. Segundo Monte Mór, o mapeamento das centralidades na região metropolitana foi feito a partir de entrevistas realizadas diretamente nas prefeituras, para entender como os municípios integrantes da região metropolitana se articulam. Além das estruturas municipais, foram mapeadas as chamadas localidades, que são espaços rurais que configuram espaços de centralidade micro-locais, tanto por serem espaços que constituem uma identidade com seus habitantes, como por serem espaços muitas vezes mais antigos que Belo Horizonte. Também analisou-se a atual dinâmica imobiliária na RMBH, seus fluxos de expansão, locais de pressão de expulsão da população de baixa renda, áreas de conflito entre interesse de expansão urbana e proteção ambiental, entre outros. O mapa final que exibe a proposição da nova rede de centralidades para a RMBH, mostra o núcleo central de Belo Horizonte, 3 novos centro metropolitanos, um a norte, outro a oeste e o último a sul, vários sub-centros, centros microrregionais e centros locais, com os quais as regiões de atividades agrícolas se articulam.

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