No dia 26/03/2012 a aula foi ministrada pela Professora Doutora Denise Morado, coordenadora do Grupo Praxis – UFMG, seguida por uma apresentação da disciplina optativa ofertada no semestre passado pela Doutoranda Marcela Brandão.
A professora Denise propôs discussões sobre as práticas sociais da arquitetura, bem como sobre a arquitetura contemporânea. Essa arquitetura é introduzida como uma possibilidade de ações políticas de maneira que a produção do espaço urbano seja feita COM as pessoas, e não PARA as pessoas. Para tal, é preciso incorporar os novos modos de vida e de agir das pessoas, diferente dos pressupostos “vitruvianos” que alimentaram a arquitetura moderna (tecnologia, funcionalidade e estética) e também a produção do espaço naquela época, a qual não incorpora esses novos pressupostos.
A professora cita também alguns atributos importantes da arquitetura contemporânea, como a diversidade, a flexibilidade, a industrialização inteligente e o acesso de todos à informação. O que se deseja são ações que se integrem para construir o caminho que nos leva da situação atual à situação desejada. Essas ações devem ser pensadas a partir de estratégias e de um processo de compartilhamento de informações. O objetivo é que isso resulte em transformações urbanas que de fato incorporem os novos modos de viver e de agir das pessoas.
Feita essa introdução teórica, a Professora Denise apresentou o projeto de pesquisa Diálogos e suas intenções de se investigar soluções construtivas junto aos moradores, enfatizando o fato de que a decisão final é sempre do morador, ou seja, de quem vive e convive naquele espaço. As estratégias do Projeto Diálogos serão utilizadas como maneiras de se comunicar e trocar ideias com Ivete a respeito de sua casa.
Depois da apresentação da Professora Denise, a doutoranda Marcela Brandão apresentou a disciplina que ofertou no semestre passado, sob supervisão da professora Denise Morado. A disciplina Artesanias Construtivas tinha como objetivo a aproximação de práticas construtivas e projeto, os quais não devem ser dissociados. Marcela passou algumas sugestões de bibliografia como, por exemplo: “O fazer pensante do artífice”, de Richard Sennet; “Ecologia dos Saberes”, de Boaventura de Souza Santos; bem como textos variados de Michel de Certeau, Jacques Ranciére, Jean Luc-Nancy, Roland Barthes e Peter Pál Pelbart.