No sábado (03/12) os alunos da disciplina OFIAUP apresentaram os trabalhos finais aos moradores do bairro Capela Velha.
Júnia iniciou a apresentação dos trabalhos anunciando a reunião agendada pela Prefeitura com o Grupo PRAXIS na terça, dia 06/12. Em seguida, ela entregou aos moradores uma cópia do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) no qual consta a obrigatoriedade do poder municipal de implantar no bairro o sistema de esgotamento sanitário. Recomendou que reativassem a associação, considerando que haveria assim um maior poder de pressão e negociação dos moradores com a prefeitura.
Em seguida os alunos apresentaram os trabalhos desenvolvidos na disciplina OFIAUP:
1. Grupo velório/associação e cemitério
Os alunos abriram sua apresentação explicando que a escolha do local para a construção do velório foi feita pelos moradores. Tendo em vista que não aconteciam muitas mortes no bairro e, consequentemente, muitos enterros, ficou decidido que o projeto deveria permitir a realização de outros eventos, tais como as reuniões da associação de moradores do bairro, rezas do terço, etc.
O grupo optou por uma implantação que permitisse uma boa visualização da capela pelos moradores, e, por isso, a entrada principal foi direcionada para a fachada norte. Para amenizar a insolação dessa direção, eles mantiveram as árvores do terreno, projetaram brises para essa fachada e uma varanda, que além da proteção solar serviria também como extensão da área interna.O espaço interno foi dividido em um salão de 34 metros quadrados, uma pequena copa e dois banheiros acessíveis – feminino e masculino.
Como o terreno tem uma inclinação razoável, o grupo optou por não fazer uma movimentação de terra, deixando, dessa maneira, a edificação elevada em relação aos pontos mais baixos, com o propósito de afastá-la da umidade do solo.
Os materiais escolhidos foram: bambú para a estrutura; alvenaria de tijolo nos banheiros e copa e vidro para o salão; para o telhado, a estrutura deverá ser de bambú e a cobertura deverá receber telha tipo onduline (facilidade de montagem, baixo custo, caráter ecológico e relativo conforto térmico).
Quanto à forma do telhado, o grupo considerou que a opção por 2 águas facilitaria sua execução. Entretanto, o grupo achou importante considerar o caráter espiritual da construção, e por isso as 2 inclinações para cada água, além da cruz sobre o volume externo da caixa d’agua. Entretanto, o grupo não optou por um caráter religioso mais definido, visto que ali existem moradores de diversas religiões.
Para se ganhar um pouco mais de espaço, o grupo decidiu encostar a edificação na divisa. Para facilitar a execução das fundações desse trecho, optaram pela retirada de parte do muro com o cemitério.
Quanto aos acessos, o frontal será via escada, mas haverá um acesso lateral acessível, inclusive para a entrada dos caixões.
Após a apresentação do grupo, o arquiteto Trajano, que havia fornecido algum tempo atrás outro projeto para uma capela do bairro, questionou o tamanho da área interna da proposta, que poderia ser aumentada se houvesse uma movimentação de terra do terreno.
O grupo argumentou que acreditava ser importante uma proposta econômica e possível de ser construída pelos próprios moradores. O arquiteto afirmou não concordar que economia era importante nesse caso, visto que a Vale poderia patrocinar a obra. A platéia não concordou, e contra-argumentou que economia deveria ser sempre um fator a ser considerado, e que a negociação com a Prefeitura e Vale não garantia a construção da capela-velório, bem como dos demais problemas levantados pelos outros grupos (esgoto, drenagem, construção de uma praça).
Flávio, outro convidado presente, elogiou a estratégia de retirada do muro para ganho de área, e lembrou que o vilarejo (Macacos) possui outra capela, antiga e “linda”, que raramente é aberta à comunidade local.
Por fim, o grupo apresentou o mapeamento dos túmulos, com a identificação de cada um.
2. Grupo Praça
O grupo iniciou sua apresentação justificando a pertinência de uma intervenção naquele local, por se tratar de um importante espaço de convívio, espera de ônibus, inclusive escola, como também para a realização de festas do bairro.
Com relação à apresentação da reunião anterior, o grupo acrescentou na proposta:
- aterramento da praça, para assim demarcar melhor o uso do pedestre, como também para contribuir na drenagem das águas pluviais.
- ponto de ônibus aumentado com quadro de avisos
- melhoria do acesso à casa da moradora Vanderli, com a implantação de uma arquibancada na transição entre a praça e o acesso à casa, e a construção de um painel lateral ao muro da casa para a projeção de filmes para a comunidade.
- Quanto ao deck, o grupo esclareceu as vantagens dessa opção em relação a opção aterro mais construção de muros e contenções.
- Quanto ao deck ser de madeira, o grupo apresentou algumas das características desse material, inclusive resistência ao fogo. Entretanto, Lúcia pediu que fosse avaliada a opção por um deck de plástico.
3. Grupo pavimentação, drenagem e fluxos das vias
O grupo iniciou sua apresentação enfatizando a importância do calçamento no bairro, para a diminuição da lama e poeira, e, consequentemente, prevenção de doenças respiratórias.
Como alternativa ao asfaltamento, o grupo apresentou o piso intertravado produzido na região, a partir dos rejeitos da mineração. Esse material foi pesquisado e desenvolvido pelo Sr. Flávio, que estava presente na reunião e explicou a todos as suas vantagens: qualidades térmicas, grande capacidade de infiltração das águas pluviais, facilidade de manutenção, o que torna o custo a médio prazo bastante competitivo ao custo do asfalto. Além de tudo, trata-se de um produto que visa à recuperação das bacias da região, atualmente poluídas pelos rejeitos da mineração. Uma peça do intertravado circulou entre os moradores.
O grupo também apresentou um projeto de drenagem para as ruas e entre lotes. Um morador questionou sobre a passagem das águas “nos lotes dos outros”. O grupo explicou que esses caminhos já existem ali, e que estavam propondo que fosse feita apenas sua canalização e desaceleração, inclusive com a construção de caixas para tal fim em alguns trechos.
O grupo apresentou sua proposta através de fotomontagens, facilmente entendidas, e plantas, não tão assimiláveis.
4. Grupo campo de futebol
O grupo desistiu da disciplina.
5. Grupo esgoto
O grupo iniciou sua apresentação lembrando de todo o processo de pesquisa, que incluiu alternativas individuais e coletivas, e justificando a escolha por biogestores ou mini-etes em função dos tamanhos dos lotes.
Para o cálculo das etes foi considerado um considerável aumento da população, de 460 habitantes para 1000 habitantes em 5 anos.
Os alunos dividiram o bairro em 10 áreas, cada qual com 12 a 15 casas, e, em função da topografia, locou 10 mini-etes em lotes vagos. Entretanto, será necessário conferir se esses lotes não possuem donos.