A solução oferecida para os milhares de desabrigados pelo terremoto do dia 27, no sul do Chile, foi um modelo de casa menor que um barraco de favela no Brasil. A diferença é que em vez do calor tropical, lugares como Constitución, Llico e Arauco registrarão temperaturas negativas em um mês. Falta de luz, réplicas e ameaças de tsunami mantêm em estado de alerta os sobreviventes da tragédia.Os barracos de 18 m² são construídos em lâminas de pinho e têm teto de zinco. Não têm forro, janela, banheiro ou água. A ONG Um Teto para o Chile recebeu US$ 30 milhões para construir essas “casas”, mas moradores de Arauco se rebelaram contra o projeto, um dia depois de o presidente Sebastián Piñera assumir o poder. “A reconstrução do país não pode estar fundamentada sobre esses barracos”, diz o prefeito da cidade, Mauricio Alarcón. A resistência ao projeto de moradia da Um Teto para o Chile é maior entre os que tinham boas casas antes da tragédia. Os mais pobres acham que as casas são bem-vindas.
“As pessoas estão vivendo sob lonas plásticas. As casas oferecidas seriam uma solução provisória para o outono”, opina Juan Alberto Aguirre, responsável pela Um Teto Para o Chile em Concepción. Para Aguirre, a resistência do prefeito de Arauco e de alguns moradores põe em risco a vida de milhares de pessoas. “É como criticar a qualidade de um hospital de campanha. Não faz sentido, porque se trata de uma solução provisória.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Insatisfação?


Foi publicado dia 11/03 no jornal Extra Online:
“Apartamentos do PAC são alugados ilegalmente no Pavão-Pavãozinho (…) Moradores do Morro Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, que receberam de graça os apartamentos novos construídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão alugando os seus imóveis, que deveriam servir apenas para moradia.(…)” (Notícia enviada por: Carolina de Pinho Cunha)
A pouca flexibilidade dos projetos e a relocação das famílias, características típicas dos planos de habitação de interesse social financiados pelos governos, não podem favorecer a utilização destes imóveis para geração de renda? Lembrando que, em muitos casos, tal renda é convertida para o pagamento de aluguéis de outros imóveis, com contextos mais compatíveis com a realidade das famílias.
Reunião no Ministério Público sobre ocupações de BH


Foi realizada ontem uma reunião na Promotoria de Justiça Metropolitana de Habitação e Urbanismo – PJMHU para discutir a respeito de três ocupações em Belo Horizonte, levantando os atuais problemas e possíveis soluções.
Os moradores da ocupação na Av. Antônio Carlos, nº 7078, estão em vias de serem atingidos por obra da SUDECAP para construção de um viaduto, melhoria em razão da copa do mundo de 2014. As moradias já estão sendo vistoriadas por pessoas que se dizem ora funcionárias da Andrade Gutierrez ora da SUDECAP. A Promotora de Justiça Marta Larcher sugeriu que fosse agendada uma reunião com a SUDECAP e com a URBEL para apresentação do projeto e proposta de remoção e reassentamento dos moradores, inclusive com a possibilidade de realização de audiência pública.
Em seguida, o problema da ocupação das chamadas “Torres Gêmeas” situadas no bairro Santa Tereza foi debatido, considerando que recentemente os prédios foram vistoriados por servidores da Prefeitura sob a alegação de que havia sido encaminhada denúncia anônima que informava risco de desabamento das torres. Outra notícia que vem sendo apresentada à comunidade é que a Prefeitura tem interesse em desapropriar o prédio para construção de um hotel também para atender a demanda da copa do mundo. A Prefeitura insiste em afirmar tratar-se de problemas entre particulares.
Logo após, os representantes do movimento Dandara externaram sua preocupação com o possível uso de violência na retomada do imóvel hoje ocupado por mais de 800 famílias. Duas viaturas policiais ficam permanentemente no interior da ocupação, fazendo uso ostensivo de arma de fogo. A Promotora de Justiça comprometeu-se a estudar a possibilidade de ajuizar uma ação civil pública em conjunto com a Promotoria de Direitos Humanos, tendo em vista a omissão do Poder Público Municipal no caso.
Os representantes de cada movimento aprovaram os encaminhamentos da reunião.
Mídia volta a falar em Dandara, dando sempre a versão da Construtora Modelo


Com o título “Invasão do MST barra obras de casas populares na Pampulha”, o jornal Estado de Minas publicou uma matéria sobre a ocupação Dandara no último dia 03.
“A escassez de terrenos para a construção de moradias populares dentro do programa Minha casa, minha vida, do governo federal, esbarra em um novo obstáculo em Belo Horizonte: a ocupação, por 887 famílias (cerca de 5 mil pessoas), de uma área de 315 mil metros quadrados na Região da Pampulha. A Construtora Modelo, proprietária do terreno, afirma que está pronta para iniciar as obras no local e aguarda decisão judicial de desocupação da área. O projeto da construtora é construir 1.152 moradias em oito condomínios fechados para famílias com renda de três a seis salários mínimos (R$ 1,53 mil a R$ 3 mil) ou 3 mil unidades para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.530 mil). (…)”O nosso projeto é de um condomínio fechado, que iria valorizar o bairro. O terreno sempre esteve bem cuidado, com vigia e capinado. A ocupação ocorreu em véspera de feriado prolongado”, ressalta Nogueira.” (Fonte: Uai)
Para Chumbinho, representante do MST, “o Estado de Minas está preparando terreno na opinião pública para o despejo das familias da Dandara.” Ele acredita que a justificativa defendida para a desapropriação amenizaria as fortes imagens da destruição das moradias pelos tratores.
Em resposta, o blog da Ocupação Dandara publicou uma nota dizendo que a reportagem tentou apresentar as famílias como as que impedem a implementação do Minha Casa, Minha Vida, sendo que nunca a Construtora Modelo teve projeto para moradia popular em tal área. Infelizmente uma solução menos traumática que a desapropriação não tem sido tentada. Treze ítens ocultados pela reportagem foram descritos no blog www.ocupacaodandara.blogspot.com.
Oficina Pública do Plano Metropolitano da RMBH


A 1ª Oficina Pública do Plano Metropolitano da RMBH acontecerá no dia 9 de março, às 18h30, no Auditório da Câmara Municipal de Brumadinho, visando à elaboração do Plano Metropolitano da RMBH. Podem participar integrantes da equipe técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), pesquisadores acadêmicos (UFMG, PUC Minas e UEMG) e representantes das secretarias de estado, dos municípios integrantes, de entidades representativas, dos movimentos sociais, da iniciativa privada. É importante que os representantes dos municípios preparem e discutam, previamente, as seguintes questões:
1. O que é ser cidadão metropolitano?
2. O que precisa acontecer para a região metropolitana melhorar de verdade?
Endereço: Praça da Paz Carmem de Oliveira Gonçalves, s/n°
Bairro São Conrado – Brumadinho/MG
Plano de Mobilidade Urbana para Belo Horizonte


Elaborado pela Prefeitura de Belo Horizonte, SMURBE, BHTrans e LOGIT, o projeto busca ser referência para o período 2009/2020. O PlanMob-BH tem como objetivo propor alternativas sustentáveis para o sistema de mobilidade da cidade, valorizando os sistemas de transporte público e não motorizado.
Mais informações: www.planmobbh.com.br.
Fórum Urbano Mundial acontece no Rio


Até 14 de março estarão abertas as inscrições gratuitas para o FUM5 – Fórum Urbano Mundial, promovido a cada dois anos pelo UN-HABITAT – Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos. Nesta edição, que acontece entre 22 e 26 de março, nos armazéns do porto do Rio de Janeiro, o evento vai apresentar o tema “O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido”.
Abaixo, resumo dos assuntos que serão abordados através de diálogos, palestras e mesas- redondas:
* a cidade inclusiva;
* responsabilidade dos cidadãos e governos;
* a desigualdade e a pobreza urbanas;
* o acesso equitativo à moradia;
* prevenção de favelas;
* desenvolvimento urbano sustentável;
* segregação social e espacial;
* governança e participação;
* vulnerabilidade social, econômica e ambiental.
Mais informações:
http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Programacao.aspx
Audiência Pública sobre "Torres Gêmeas" do Santa Tereza


Na última sexta-feira, dia 26/02, foi realizada na Assembléia Legislativa de MG uma Audiência Pública para debater a situação do Residencial Saint Martin, localizado no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Os dois prédios inacabados, mais conhecidos como “Torres Gêmeas”, foram ocupados há cerca de 15 anos. Uma ordem judicial de reintegração de posse em favor da massa falida das construtoras ICC e Jet foi emitida mas, até hoje, não executada. Foi realizada uma vistoria pela Sudecap, ordenada pelo prefeito, a fim de se avaliar a estabilidade estrutural dos edifícios.
“A solução apontada pelo advogado Fábio Santos seria a tomada de um empréstimo pela linha de Crédito Solidário do Ministério das Cidades, para pagar R$ 1,8 milhão à massa falida e o restante para concluir a construção dos prédios, sem desalojar os moradores. Em seguida, as unidades seriam vendidas pelo Sistema de Financiamento Habitacional por cerca de R$ 35 mil, para que as famílias pagassem como pudessem. O deputado Durval Ângelo disse que intermediou as negociações do Crédito Solidário com o ex-prefeito Fernando Pimentel, a pedido do cardeal dom Serafim, e que os recursos chegaram a ser disponibilizados para a prefeitura, mas retornaram ao Ministério das Cidades porque os moradores não possuíam garantias para oferecer.” (Fonte: http://www.almg.gov.br/not/bancodenoticias/not_781393.asp)
As mais de 160 famílias continuam dispostas a lutar pois sabem que, caso haja a reintegração de posse, muitas não terão para onde ir ou irão morar distantes do Centro, do trabalho, do hospital, do metrô etc.