Reunião na Secretaria de Habitação de Nova Lima

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Renata e Natália

 

O objetivo da reunião foi compreender como poderia ser feito um trabalho em conjunto entre a UFMG, representada pelo PRAXIS, e a Prefeitura de Nova Lima.

Renata, secretária da habitação, informou da disponibilidade de um estudo feito pela Ana Schimit sobre o Jardim Canadá, que contém diversos mapas e um diagnóstico completo, além de propostas de intervenção.

Foi discutida a possibilidade de trabalhar com o processo de Regularização Fundiária no bairro, o que se mostrou uma grande demanda. Natália explicou um pouco como funciona o processo, explicando que a Regularização não considera a forma da ocupação, mas sim as características do lote, e que nenhum imóvel pode ser aprovado sem a infraestrutura básica (água, luz, esgoto). Algumas áreas de invasão irregular do Jardim Canadá já foram identificadas no estudo da Ana Schimit como ZEIS e atualmente está sendo elaborado pela Prefeitura o Plano de Regularização Fundiária,  que pretende hierarquizar o processo, definindo os casos prioritários para o benefício. De qualquer modo, a Regularização Fundiária não precisa ser iniciativa do Poder Público. A partir de requerimentos individuais pode-se organizar a comunidade para demandar a conclusão da infraestrutura, facilitando o processo de regularização.

Outro assunto discutido foi a construção de um Conjunto Habitacional na Rua Taber, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, para receber algumas das famílias irregularmente assentadas no bairro. Há um cadastro de mais de 200 famílias de 0 a 3 S.M. que se candidataram para ocupar os 96 apartamentos que serão oferecidos e  talvez fosse possível realizar uma parceria com a faculdade no processo de escolha das famílias que receberão o imóvel e ao longo do programa “pré-morar”, que acompanha as famílias durante 6 meses a partir da mudança, a fim de encontrar possibilidades de geração de renda e melhoria da convivência em comunidade.

 

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Natacha, Juliana, Duboi

Foi relatada a todo o grupo a conversa com Gresse no dia 16/04 no JA.CA e Natacha pensa que devemos procurar o pessoal da Igreja Católica para possível apoio no diálogo com os moradores, já que a Igreja de São Francisco está em reforma por meio de mutirão. Concluiu-se que a atuação de Gresse está muito ligada à luta pela moradia e, como o movimento está fraco, as pessoas têm se dispersado e ela deixou de ser uma referência tão forte para a comunidade.

Foram discutidas possibilidades para a disciplina optativa que tenha relação com o mestrado da Marcela, abordando a incorporação da prática ao conhecimento acadêmico e surgiu a ideia da criação de oficinas que catalisariam a participação dos moradores do Jardim Canadá no processo. Juliana acha que devemos pensar alto por termos o apoio da Prefeitura de Nova Lima e lembrou que o caso da Rua Búfalo – que foi asfaltada embora os moradores desejassem a construção de uma praça – poderia ser um ponto de partida. Sugeriu também que pensássemos quais ruas podem se tornar espaço público e quais são de fato necessárias à circulação.

 

Oficina Informal

Entre os dias 2 e 6 de maio as bolsistas do Projeto Diálogos participaram do workshop “Mapeamentos da diversidade”, ministrado por Antonio Yemail, da Oficina Informal.

O material produzido no workshop está disponível em:

http://www.oficinainformal.com/index.php?/academicos/belo-horizonte/

Reunião com lideranças do Bairro Jardim Canadá no JA.CA

Participantes: Denise, Bianca, Paulinisia, Marcela Lopes, Juliana, Simone, Pedro, Ana, Karine, Danilo, Sarah, Marcela Rosenburg e Gresse.

 

A pesquisa Diálogos foi apresentada à Gresse, única liderança do bairro que compareceu à reunião, apesar de várias terem confirmado a sua presença. A apresentação compreendeu uma breve explicação dos objetivos da pesquisa e o trabalho realizado na Comunidade Irmã Dorothy.

 

 

Gresse explicou que a origem da associação ACAJACA, criada há aproximadamente três anos e que hoje conta com cerca de 300 associados, está ligada ao fato de que muitos moradores não conseguiam associar-se à Associação Comunitária do Bairro Jardim Canadá, por isso uma nova entidade foi criada com a finalidade de lutar pelos interesses dessa parcela excluída da antiga Associação. Entre as questões relativas à moradia, Gresse apontou como principal demanda das famílias mais carentes do bairro a regularização fundiária e o acesso aos programas de habitação de interesse social da Prefeitura de Nova Lima, visto que grande parte dessas famílias moram em imóveis alugados. Gresse obteve (não oficialmente) a informação de que 96 moradias seriam construídas pela Prefeitura no bairro, mas não sabe quando, onde nem quais famílias serão beneficiadas. Quanto às questões coletivas, a líder apontou a carência de pontos de ônibus e lixeiras em todo o bairro. Contudo, Gresse teme que os muitos projetos que surgem no bairro gerem grandes expectativas nos moradores, que acabam por desacreditar nessas iniciativas, já que a maior parte delas não resulta em soluções para a comunidade.
Foi sugerido o contato com o casal Antônio e Gracinha, o qual organiza as festas da Igreja São Judas Tadeu e tem um grande envolvimento com a comunidade.

 

 

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Marcela, Simone, Juliana, Natacha, André, Bianca, Paulinisia, Pedro, Danilo, Ana e Karine

Após a avaliação da primeira visita ao Bairro Jardim Canadá, ficou decidido que uma aproximação com os líderes seria agendada para o dia 16/04, no JA.CA. Os líderes serão convidados por telefone e receberão um convite impresso (com um pequeno explicativo dos projetos Diálogos e MAR.CA). Nesta reunião serão apresentados os projetos e ouvidas as demandas e sugestões dos convidados.

As professoras Juliana Torres e Natacha Rena e seus bolsistas Pedro, Danilo, Ana e Karine apresentaram as primeiras atividades do projeto MAR.CA: limpeza e montagem da marcenaria cedida à pesquisa e mapeamento dos beneficiários e dos resíduos. A profa. Natacha nos convidou para o workshop “Oficina Informal” que acontecerá no JA.CA entre os dias 02 e 06 de maio.
Ficou decidido que os trabalhos na Comunidade Irmã Dorothy serão continuados pelo mestrando André (Duboi) e pela profa. Junia Ferrari (e seus alunos da disciplina OFIAUP). Bianca e Paulinisia iniciarão as atividades no Jardim Canadá. Ficou estabelecido que entraremos em contato com Renata Avelar Caetano Chaves, secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Nova Lima, a fim de levantarmos algumas informações sobre o bairro. A profa. Denise sugeriu pesquisarmos os programas de apoio à produção social de habitação da Fundação Bento Rubião (http://www.bentorubiao.org.br/programas/direito-a-habitacao/).
A profa. Denise apresentou o convide da Dra. Silmara Goulart, procuradora do Ministério Público Federal, para a reunião no MPF no dia 12/04, cuja finalidade é discutir a remoção das famílias no Aglomerado Santa Lúcia e a implantação do programa Vila Viva. Dra. Silmara também nos convidou para a reunião no MPF no dia 15/04, cujo objetivo é discutir o reassentamento das famílias que serão removidas devido às obras no Anel Rodoviário.

Primeira visita ao Bairro Jardim Canadá

Participantes: Denise, Marcela, Bianca, Paulinisia, Juliana, Natacha, Pedro, Danilo, Ana, Francisca

A primeira visita teve por objetivo conhecer o bairro e tentar começar a identificar onde estão assentadas as famílias com as quais o projeto Diálogos pode iniciar uma aproximação, bem como identificar locais onde são despejados resíduos que podem servir de matéria prima para o projeto MAR.CA.
Devido à chuva, a maior parte do percurso foi feita de carro. Nos chamou a atenção a porção do bairro que corresponde ao primeiro padrão de ocupação, especialmente o quarteirão delimitado pelas ruas Natal, Groelândia, Taber e Búfalo, o qual parece abrigar uma ocupação irregular.

 

Após o percurso no bairro, visitamos o JA.CA – Centro de Arte Jardim Canadá, onde fomos recebidos por Francisca Caporali (Chica), sua diretora de programação. Chica se prontificou a ceder o espaço do JA.CA para reuniões com a comunidade, e nos apresentou os contatos de alguns líderes e entidades do bairro:

1 – ACAJACA – Associação dos amigos do Bairro Jardim Canadá
Gresse Cardoso Silva

2 – Associação Comunitária do Bairro Jardim Canadá
Claudionir Assunção

3 – Casa Jardim
Joanne Durchfort

4 – ASPACAM
José Ronaldo de Souza

5 – Creche comunitária São Judas Tadeu
Fávio Almeida

6 – Quik Companhia de Dança – http://www.quik.art.br/

7 – Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha

8 – Escola Estadual do Bairro Jardim Canadá

 

 

Aspectos socioeconômicos do Bairro Jardim Canadá

“Observa-se a presença de populações de baixa renda a dividir com os condomínios a faixa territorial de expansão. Em meio a esse espaço de tão forte sentido padronizador, destaca-se, em Nova Lima, a presença do Jardim Canadá como uma ilha de heterogeneidade do ponto de vista social, tanto quanto da ocupação e do uso do solo.

O Jardim Canadá situa-se às margens da BR-040, na mesma região onde se processa o desenvolvimento do Eixo-Sul de expansão metropolitana. Trata-se de um bairro de Nova Lima distante da sede municipal. Como local de natureza diferenciada da vizinhança formada por loteamentos fechados, o Jardim Canadá apresenta uma ocupação diversificada e heterogênea. O aglomerado reúne ocupação residencial de baixa renda, ocupação residencial de renda elevada, ocupação por equipamentos industriais por vezes sofisticados, além de uma série de estabelecimentos de comércios e serviços de atendimento não só ao bairro, mas também e principalmente aos condomínios. Destaca-se ainda a área industrial ali localizada, que concentra parcela significativa dos estabelecimentos não-residenciais do bairro.

Do ponto de vista residencial, faz-se interessante perceber a heterogeneidade deste espaço. Há a presença de um numeroso segmento de moradores de baixa renda, localizado na porção sul do bairro, próximo à rodovia. Do lado oposto, na porção mais alta e ao fundo, figuram habitações ocupadas por grupos de renda mais elevada, com moradias construídas em padrões semelhantes ou próximos àquelas no interior dos condomínios. O estudo da natureza da ocupação do Jardim Canadá considerou que a heterogeneidade local pode se basear em duas hipóteses. Na primeira, a ocupação por grupos de baixa renda, mais antiga, poderia estar sendo substituída pelos de alta renda, tendendo a alcançar a configuração dos condomínios.

Na segunda hipótese, as populações de baixa renda estariam ligadas ao processo de ocupação do eixo sul por parte da elite econômica da RMBH, que estaria constituindo um atrativo para a ocupação em busca de emprego.

(…)

Dos domicílios com até três salários mínimos de renda mensal, mais da metade foi ocupado nos últimos seis anos (65% na última década). Das residências onde a renda oscila de três a dez salários mínimos mensais, a distribuição é também semelhante a essa. A intensificação recente da ocupação do bairro por grupos de baixa renda está claramente vinculada à expansão metropolitana na direção sul e ao adensamento dos condomínios. A pesquisa domiciliar mostra que quase a metade dos chefes de família entrevistos escolheu o bairro como local de moradia por motivos relacionados a trabalho (47%).

A participação dos grupos de renda mais alta no bairro é um fenômeno recente (…) e parece ser resultado da mobilidade espacial de grupos que buscam algumas das características dos condomínios, sem condições, no entanto, de adquirir um lote que não seja do lado de fora.

Se comparada com a distribuição de renda dos migrantes recentes de Nova Lima, a população do Jardim Canadá é significativamente mais pobre – 52% dos moradores que moravam havia 06 anos ou menos têm renda domiciliar entre 1 e 3 salários mínimos (do total dos que chegaram em Nova Lima na segunda metade da década de noventa 26% estão nesta faixa de renda); apenas 7% têm renda domiciliar acima de 10 salários mínimos, ao contrário dos migrantes recentes de Nova Lima, entre os quais 39% estão nesta faixa de renda”.

Fonte: COSTA, H.S.M; MENDONÇA, J. G. Fuga e negação da cidade? Considerações sobre o espaço urbano e a expansão metropolitana. Disponível em: <http://cendoc.nepo.unicamp.br/iah/textos/textos/vulnerabilidade/evento_2003/trabalhos/

amb_costa.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2011.

 

Os dados do Censo das últimas décadas mostram um alto índice de crescimento para a região, que possui 1.049 domicílios e 4.200 habitantes. Considerando o índice anual de crescimento igual a 4,7%, estima-se que em 2010 existia no bairro uma população de 6.174 habitantes.

Nova Lima: distribuição dos domicílios segundo a renda. (Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 - Statcart - Nova Lima Setores Censitários - Dados trabalhados.)

 

Com relação ao tempo de moradia das famílias de baixa renda, o cadastramento do Programa de Complementação de Renda mostra que, de um universo de 502 cadastros,

  • 140 famílias moram no bairro há menos de 4 anos;
  • 189 famílias moram no bairro há no mínimo 5 e no máximo 10 anos;
  • 133 famílias moram no bairro há no mínimo 11 e no máximo 20 anos; e
  • 40 famílias moram no bairro há mais de 21 anos.

A ocupação recente por população de baixa renda, que demanda atendimento público, cresce a uma taxa de 10,5% ao ano.

Segundo o cadastro do Programa de Complementação de Renda, no bairro Jardim Canadá moram 268 famílias em situação de carência habitacional que se enquadra nos programas de habitação de interesse social.

 

Famílias cadastradas e a situação do domicílio (Fonte: Cadastro do Programa de Complementação de Renda – 2009)

 

Os dados do cadastro também mostram que 64% das famílias têm até 4 pessoas e 35% têm entre 5 e 8 pessoas.

 

Número de pessoas por famílias cadastradas no Programa de Complementação de Renda (Fonte: Cadastro do Programa de Complementação de Renda – 2009)

 

O cadastro do Programa de Complementação de Renda também mostra que existem 355 famílias atendidas pelos programas Bolsa Família e/ou Vida Nova no bairro Jardim Canadá.

 

Programas de Complementação

Famílias beneficiárias do Bolsa Família (BF) ou Vida Nova (VN)

 

Fonte: Relatório de Dados e Diagnósticos referente à Segunda Etapa da elaboração dos Planos Urbanísticos e Regulamentação da Área de Diretrizes Especiais – ADE / Bairro Jardim Canadá, Município de Nova Lima, apresentado pela HOLOS Engenharia em abril de 2010.

Bairro Jardim Canadá

O bairro Jardim Canadá está situado na região oeste do município de Nova Lima, distante 30 km da Sede e 12 km do bairro Belvedere, em Belo Horizonte.  O principal acesso ao bairro se dá pela rodovia BR-040, que o divide.

 


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A história do bairro remonta à década de 1950, quando o loteamento foi lançado mas não ocupado, devido à distância de BH e à falta total de infraestrutura. Chegou a ser construída uma vila de casas para militares, a qual não se consolidou.

Somente nos anos 1980 houve um processo de ocupação de várias áreas, mesmo sem a infraestrutura básica necessária. As casas do conjunto foram invadidas e alguns lotes foram ocupados por população de renda média com soluções individuais de água e esgoto. O primeiro padrão de ocupação se deu na região sul e central do bairro.

O parcelamento original do Jardim Canadá é de 1958, época em que já vigorava o Decreto de Lei 58 regulamentando o parcelamento do solo e estabelecendo como obrigação do empreendedor a definição das ruas (meio-fio) e a solução de água e esgoto. Contudo, a infraestrutura no bairro não foi implantada no momento do parcelamento, ficando a cargo do poder público municipal a urbanização na medida em que o bairro foi sendo ocupado.

A proximidade da rodovia BR-040 induziu, inicialmente, usos ligados à manutenção de veículos, posto de gasolina e restaurante, além de galpões industriais de pequeno porte, lindeiros à via marginal, ao longo da mesma. Hoje atividades industriais e de usos diversificados estendem-se para o interior do bairro.

Estima-se que a região noroeste de Nova Lima possua aproximadamente 1.300 empresas, das quais cerca de 900 estão instaladas no bairro Jardim Canadá. Segundo dados da Prefeitura, o bairro possui em torno de 5 mil habitantes e representa o segundo maior contribuinte de arrecadação tributária da cidade.

O bairro Jardim Canadá constitui um local de vida urbana diversificada e dinâmica, e seu crescimento tem sido impulsionado tanto pela localização privilegiada que confere potencial para atividades ligadas à metrópole quanto pela presença de vários loteamentos de alta renda que se servem do bairro para suprir suas necessidades de comércio e de serviços. Além disso, é o local de moradia de pessoas que trabalham nesses bairros do entorno, os chamados “condomínios”.

O bairro possui área de 3.225.801 m² e um total de 5.762 lotes parcelados, sendo que 5.030 foram implantados. Deste total, 47% estão ocupados e 53% estão vagos. A maior parte dos lotes (cerca de 96%) tem área média de 360 m².

Situação atual do loteamento - Fonte: Prefeitura de Nova Lima, 2010

Com o licenciamento da Mina Capão Xavier, parte dos lotes do setor norte do bairro foi comprada pela empresa MBR, que fez uma permuta com o Município para a desafetação das áreas públicas dessa região, em troca da transferência de uma área de 100.000 m2 do outro lado da BR-040, definida no Plano Diretor como ZEEU – Zona Especial de Expansão Urbana.

Quanto ao zoneamento, a Prefeitura de Nova Lima classifica as áreas do bairro Jardim Canadá como:

  • ZOR 1B – Zona Residencial 1B;
  • ZOR 3 – Zona Residencial 3;
  • ZOCS 1 – Zona de Comércio e Serviços 1;
  • ZOCS 2 – Zona de Comércio e Serviços 2;
  • ZORU – Zona Rural;
  • ZETUR HAB – Zona Especial de Turismo e Habitação;
  • ZEPAM – Zona Especial de Proteção Ambiental;
  • ZIND 2 – Zona Industrial 2;
  • ZEUS – Zona Especial de Uso Sustentável;
  • ZEIS – Zona Especial de Interesse Social;
  • ZEEU – Zona Especial de Expansão Urbana.

Zoneamento do Bairro Jardim Canadá - Fonte: Prefeitura de Nova Lima, 2010

Segundo o Relatório de Dados e Diagnósticos referente à Segunda Etapa da elaboração dos Planos Urbanísticos e Regulamentação da Área de Diretrizes Especiais – ADE / Bairro Jardim Canadá, Município de Nova Lima, apresentado pela HOLOS Engenharia em abril de 2010, no bairro foram identificados 1.966 lotes ocupados sem dados de aprovação. Levando-se em conta o total de 5.262 lotes (5.762 lotes do parcelamento original menos 500 lotes desafetados para a implantação da Mina de Capão Xavier e para a ampliação da Estação Ecológica de Fechos), verifica-se, em uma primeira análise, que 38,20% do total de lotes estão desconformes quanto à ocupação pelo fato de não terem registros de aprovação. Tal proporção aumenta quando é considerado apenas o universo de lotes ocupados, sendo que 63,81% do total de lotes ocupados encontram-se em desconformidade.

Lotes ocupados sem dados de aprovação - Fonte: Prefeitura de Nova Lima, 2010

A região onde hoje se instala o Jardim Canadá enfrentou, historicamente, dificuldades para sua consolidação como espaço urbano. Definida como uma área de contribuição da captação dos Fechos, um dos mananciais que desde o início do século XX garantiu água para a Nova Capital, em torno da ocupação urbana de sua área sempre se travou uma grande luta. Não por outra razão, até meados dos anos 1980, a ocupação da região era esparsa e rarefeita. Ao lado de uma grande discussão sobre a titularidade da terra, também a definição do modelo de ocupação foi um tema muito discutido. As primeiras tentativas foram fundadas em um projeto de ocupação, como referido, com moradias para militares que, ao final, não se consolidou, na época, pela distância, além da falta de infra-estrutura.

Estas incertezas, dentre outros fatores, fizeram com que os sistemas de abastecimento de água para região se mostrassem sempre precários. Até hoje a área carece de uma solução definitiva, o que já se apresenta como um problema, uma vez que hoje a área apresenta, ao lado de uma ocupação expressiva, uma forte tendência de crescimento.

Na esteira de um sistema de abastecimento de água deficitário, a região resolveu, historicamente, seu sistema de esgotamento sanitário com o emprego de fossas, nem sempre sépticas, cuja situação tornava-se mais grave pela constituição geológica que apresenta lençol freático superficial com afloramento em época de chuva. Com o adensamento populacional o sistema de fossas, especialmente no Jardim Canadá, começou a entrar em colapso e a Prefeitura Municipal de Nova Lima, em convênio com a COPASA, cuidou de implantar um sistema completo para a região, formado por redes coletoras, interceptores, elevatórias e uma estação de tratamento de esgotos, inaugurada recentemente. Nesse sentido, a partir de 2004 a PMNL iniciou a implantação das redes de esgotos, sendo implantada por sub-bacia e como parte importante do sistema foi construída a Estação de Tratamento de Esgotos – ETE.

Sistema de esgoto do Bairro Jardim Canadá - Fonte: Prefeitura de Nova Lima, 2010

A drenagem pluvial da região seguiu o mesmo ritmo apresentado pelo sistema de esgotamento sanitário. Somente nos últimos anos o adensamento do Jardim Canadá justificou a implantação de um sistema de drenagem pluvial.

Sistema de drenagem pluvial do Bairro Jardim Canadá - Fonte: Prefeitura de Nova Lima, 2010

Fonte: Relatório de Dados e Diagnósticos referente à Segunda Etapa da elaboração dos Planos Urbanísticos e Regulamentação da Área de Diretrizes Especiais – ADE / Bairro Jardim Canadá, Município de Nova Lima, apresentado pela HOLOS Engenharia em abril de 2010.

Reunião do Grupo Praxis

Participantes: Denise, Marcela, Simone, Juliana, Natacha, André, Ana Carolina, Carolina, Cecília, Bianca e Paulinisia 

A reunião teve início com a apresentação das pesquisas de doutorado de Marcela Silviano Brandão Lopes e de Simone Tostes, seguida da apresentação da pesquisa de mestrado de Ana Carolina Utsch Corrêa. As orientadoras do projeto MAR.CA – professoras Juliana Torres e Natacha Rena – apresentaram os objetivos da sua pesquisa, que compreendem a capacitação da população em marcenaria e a produção de objetos de design, os quais têm elevado valor de comercialização e podem promover a geração de renda para a comunidade envolvida. As antigas bolsistas do projeto Diálogos – Carolina e Cecília – juntamente com as novas bolsistas – Bianca e Paulinisia – apresentaram todo o processo de mediação da pesquisa, desde as atividades iniciadas em Nova Lima até a execução do trecho piloto do esgoto da Comunidade Irmã Dorothy. Após as apresentações, discutiu-se a possibilidade de iniciarmos, paralelamente ao projeto MAR.CA, atividades no Bairro Jardim Canadá.