Relato da reunião sobre a Operação Urbana Antônio Carlos – Pedro I

No dia 06 de novembro de 2012 aconteceu na Escola de Arquitetura da UFMG uma reunião de discussão sobre o plano urbanístico da Operação Urbana Antônio Carlos – Pedro I (Belo Horizonte), que está sendo realizado pela equipe da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A reunião contou com a presença da equipe técnica que está realizando o plano e com professores e alunos de graduação e pós graduação da Escola de Arquitetura da UFMG.

O objetivo da reunião, era ampliar a discussão das possibilidades para o plano antes de seu fechamento.

A apresentação do plano será feita em audiências públicas, a serem marcadas pela PBH.

Ameaça de despejo às Ocupações Camilo Torres e Irmã Dorothy (Belo Horizonte, Minas Gerais)

 

“Dia 02/11/2012, eu, frei Gilvander Luís Moreira, participei de uma Assembleia e “Café comunitário” nas Ocupações-comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy, no Barreiro, em Belo Horizonte, MG. Nessas comunidades estão cerca de 320 famílias, hoje, ameaçadas de despejo pela Prefeitura de Belo Horizonte (prefeito Márcio Lacerda, PSB+ PSDB), Governo do Estado de Minas e pelas Empresas Tramm Llta e Víctor Pneus Ltda. Os terrenos onde estão as comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Eliana Silva (com cerca de 350 famílias, já com mais de 200 casinhas de alvenaria em construção) são terrenos públicos, que foram de forma irregular repassados para empresas para se criar o Distrito Industrial do Barreiro, em BH. Mas as empresas compraram os terrenos por preços irrisórios, sem licitação e com cláusula contratual que prescrevia a construção de empreendimentos industriais dentro de 12, 20 ou 24 meses, mas não cumpriram essa cláusula. Deixaram os terrenos abandonados e sob especulação imobiliária. Por lá já passaram, inclusive, Bradesco, Banco Rural, Marcos Valério. A Defensoria Pública de MG e o Ministério Público já entraram no Judiciário com várias Ações Civis Públicas exigindo declarar a nulidade dos contratos, o resgate dos terrenos pelo Estado de MG e a destinação dos mesmos para um grande Projeto de Habitação Popular. Por isso lutamos. Belo Horizonte, MG, Brasil, 02/11/2012.”

Fonte: vídeo e texto publicados no site Youtube pelo Frei Gilvander Luís Moreira em 02/11/2012.

Notícias da reunião pública Operação Urbana Consorciada do Corredor Antônio Carlos / Pedro I

No dia 17.09.2012 foi realizada a quarta reunião pública promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte sobre a Operação Urbana Consorciada: Corredor Antônio Carlos | Pedro I.

O evento, que aconteceu no edifício do CREA – MG, entre convidados da prefeitura, expos os diagnósticos até então elaborados para a área em questão e abriu espaço para a participação dos presentes, através de perguntas e um extenso debate.     Os  diagnósticos apresentados foram elaborados por empresas contratadas, entre elas, a Tectran, a Amaral D’avila e a GPA&A e trataram dos seguintes âmbitos:

- diagnóstico ambiental

- trânsito e transporte

- caracterização urbanística

- dinâmica imobiliária

Os próximos encontros irão acontecer  nos próximos meses e serão divulgados pela PBH.

 

Reunião Operação Urbana Consorciada do Corredor Antônio Carlos / Pedro I

A Prefeitura de Belo Horizonte está realizando o planejamento da Operação Urbana Consorciada (OUC) do Corredor Antônio Carlos / Pedro I.

Nesta primeira etapa, o trabalho será explicado e serão tratados diversos temas relacionados com a região. Todas as informações discutidas serão subsídio para a próxima etapa, quando serão feitas outras reuniões públicas para desenvolver propostas para a Operação Urbana Consorciada (OUC) do Corredor Antônio Carlos / Pedro I.

É  necessário confirmar presença pelo email: oucantoniocarlos@pbh.gov.br

 

Data: 17/09/2012, segunda-feira

Horário: 9h

Local: CREA MG – Avenida Álvares Cabral, 1600 – Santo Agostinho

Festival Cidade Eletronika 2012

Aconteceu em Belo Horizonte, entre os dias 3 e 9 de setembro, o Festival Cidade Eletronika. A programação do Festival foi bastante diversa: foram realizados seminários, workshops e eventos abertos ao público.

O seminário de abertura aconteceu no dia 03 de setembro, no Teatro Izabela Hendrix e contou com uma palestra de Giuseppe Cocco (Itália/RJ – Universidade Nômade) e uma mesa redonda composta por arquitetos da América Latina e Europa (Alejandro Haiek Coll – Venezuela; Antonio Yemail – Colômbia; Massimiliano Casu - Espanha; Felipe González -Colômbia).

Os workshops aconteceram no espaço externo ao Teatro Izabela Hendrix e o grupo foi dividido entre quatro temáticas:

1. ATLAS DA DIVERSIDADE
2. UNIDADE AUTÔNOMA : ENERGIA E SOM
3. ARQUIBANCADAS FUNCIONAIS MODULARES
4. PISTA DE SKATE

No dia 09 de setembro, foi o dia do Quintal Eletronika e o Quarteirão Eletronika, dois eventos gratuitos (era necessário retirar ingressos para o Quarteirão Eletronika, para a realização legal do evento – sujeito à lotação).

Quintal Eletronika propôs uma transformação temporária da Rua Sapucaí (Belo Horizonte) em um quintal, trazendo à rua elementos que domestificam o espaço, ativando práticas de apropriação desse lugar, resgatando seu caráter de permanência e convivência. São experiências que, para além de uma tarde de festa, estimulam a construção de uma imaginação coletiva sobre as possibilidades tangíveis para o espaço público em Belo Horizonte. Foram realizadas atividades relacionadas à troca de conhecimentos, experiências e objetos que perpassam questões relevantes da vida contemporânea na cidade, como a relação entre consumo e descarte, a apropriação do espaço público, a comunicação, a alimentação, o plantio urbano e a festa. (texto adaptado do site do evento)

Já o Quarteirão Eletronika reuniu amigos e amantes da música eletrônica e celebrou o primeiro ano do movimento ‘Quarteirão Eletronico’, realizado a cada dois meses neste mesmo local pelo Sons do Futuro. (texto adaptado do site do evento)

Para mais informações, acesse o site do Festival Eletronika.

Para ver fotos dos eventos, acesso a página do Facebook do Festival Eletronika.

Palestra de Giuseppe Cocco no Seminário de abertura do Festival Cidade Eletronika 2012


Palestrante: Giuseppe Cocco
Tema: A cidade na crise do capitalismo cognitivo: globalizado e organizado em redes
Data: 03/09/2012
Registro: Praxis UFMG

Relatoria Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada.

Moradia é um Direito Humano.

Saiba mais sobre o direito à moradia e o trabalho desenvolvido pela Relatoria Especial da ONU. No site direitoamoradia.org além de notícias, você encontra todos os relatórios da ONU (temáticos e de missões), documentos, fotos, vídeos, materiais didáticos, entre outros.

Você também pode se cadastrar para participar da plataforma virtual de debates, onde são recebidas contribuições sobre os temas com os quais a Relatoria está trabalhando.

Há também a página no Facebook, é só entrar e clicar em “curtir” para receber as atualizações e um perfil no Twitter, onde divulga-se conteúdos do site.

Encontro da Sociedade Civil da RMBH

No dia 04.06.2012 foi realizado o primeiro encontro da Sociedade Civil da Região Metropolitana de Belo Horizonte com o objetivo de discutir a atual dinâmica metropolitana e o papel da sociedade civil frente as novas propostas do PDDI – Plano de Desenvolvimento Integrado. O encontro foi realizado pela Frente da Cidadania Metropolitana e Colegiado Metropolitano da Sociedade Civil.

Na primeira parte do dia foram feitas diversas apresentações para explicação de questões diversas da RMBH, como histórico e aspectos gerais da gestão metropolitana, o histórico do colegiado e da frente metropolitana e uma explicação sobre a proposta dos CACs – complexo ambiental e cultural – e dos LUMEs – Locais de urbanidade metropolitana – inseridos na proposta do PDDI.

Além das apresentações, houveram palestras relacionadas à temática da participação da sociedade civil no âmbito urbano. As palestras partiram de diversos contextos e instituições, como de representantes da Universidade Federal de Minas Gerais, da Pontifícia Universidade Católica, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Cúpula dos Povos e do Movimento Nossa BH. O público presente era bastante heterogêneo e participou das discussões que ocorreram durante as palestras.

No período da tarde, a proposta era a criação de grupos de discussão organizados por CACs. Infelizmente o número de pessoas presentes inviabilizou a distribuição dos participantes e as discussões se deram em um grupo único, mais abrangente. Foram colocados quatro principais pontos de discussão:

  • Como formar o núcleo dos CACs e LUMEs?
  • Como conseguir, na próxima eleição, a adesão e compromisso dos candidatos a prefeito e vereadores ao cumprimento do PDDI?
  • Como discutir e estabelecer prioridades metropolitanas, a partir do PDDI?
  • Como iniciar um processo de formação dos cidadãos para o desenvolvimento urbano e metropolitano, inclusive das escolas?

As discussões ocorreram de forma ampla, com oportunidade de voz a todos os participantes. No entanto, as questões levantadas referem-se a temas muito complexos e neste primeiro momento, não foi possível chegar a um plano de ação concreto que contemplasse todas as demandas colocadas pela sociedade civil. Outras próximas reuniões foram marcadas para o mês de julho e agosto, com o objetivo de aprofundar as discussões.

Para maiores informações sobre os próximos encontros da Sociedade Civil da RMBH entre em contato pelo e-mail frentepelacidadaniametropolitana@gmail.com

 

Mapas Coletivos: cartografia digital, compartilhamento de dados e jornalismo cidadão

Por: Raquel Rolnik

Com o objetivo de promover um mapeamento coletivo sobre temas importantes para a cidade de São Paulo, o projeto Mapas Coletivos permite que qualquer pessoa crie mapas, alimente outros já existentes e convide mais pessoas para colaborar.

Segundo seus idealizadores, trata-se de um projeto que “junta cartografia digital, compartilhamento de dados e jornalismo-cidadão”. Dessa forma, eles pretendem “promover o mapeamento coletivo como forma de engajamento dos cidadãos na arena pública.”

Entre os 91 mapas já criados a variedade de temas é grande: despejos, áreas verdes no Butantã, verticalização de Pinheiros (e de outros bairros), igrejas, movimentos de maracatu, arte nas comunidades, restaurantes, entre muitos outros.

Além de criar os mapas, é possível postar relatos relacionados a cada mapa. “As narrativas feitas a partir dos dados mapeados buscam analisar dados, ampliar debates e evidenciar soluções. Todos somos mapeadores e repórteres.” Para participar do projeto, basta criar uma conta. Na seção “como colaborar” há um passo a passo de como criar os mapas, adicionar informações e compartilhá-las.

Para acessar o site dos Mapas Coletivos, clique aqui.

Texto originalmente publicado em: Blog da Raquel Rolnik

Workshop AL BORDE na Universidade FUMEC

O Workshop com o grupo AL BORDE, de Quito, Equador, foi realizado com alunos da Universidade FUMEC e bolsistas do projeto Diálogos/EA-UFMG em parceria com a Universidade FUMEC e com a Escola Estadual José Mendes Júnior, localizada no Aglomerado da Serra, Vila Cafezal. A proposta do Workshop foi uma intervenção, que deveria ser realizada no prazo de uma semana, em uma área residual encontrada nos fundos do terreno da escola, que, apesar de ser um local de lazer e brincadeiras, é considerada insegura e mal utilizada.

Fonte: googlemaps

O Workshop começou com uma visita do grupo AL BORDE e alunos da FUMEC à Escola Estadual. Nesse primeiro momento, os alunos deveriam andar pela escola sem uma visão analítica e propositiva, mas apenas percebendo o lugar e registrando o máximo de informação possível sobre o que lhes chamasse mais atenção. Muitos conversaram com estudantes da escola, funcionários e professores, outros dedicaram sua percepção ao espaço físico e seu registro.

Fonte: googlemaps

Fonte: googlemaps

No segundo dia, as informações coletadas na escola por cada aluno foram apresentadas aos participantes do Workshop. Haviam muitos relatos dos usuários, bem como impressões e registros dos participantes; a partir daí, teve início um debate sobre o que seria mais problemático naquele lugar e como interferir na questão levantada, com o intuito de alcançar alguma mudança / melhoria. O debate girou em torno da infraestrutura existente na escola: como o mobiliário para os alunos, lixeiras, equipamentos da cantina e salas de aula;  a rotina dos alunos: horário de início e término das aulas, horários dos intervalos, disciplinas preferidas e o que mais gostam em toda a escola. Além disso, também discutiu-se a relação da comunidade da escola com a população que vive no entorno. Tal relação se dá a partir da quadra existente na escola e seu uso compartilhado. Foi levantada a problemática da violência dentro da escola, devido ao mal uso da quadra – uso de drogas, sexo, disputa de gangues – e a transgressão do alto muro que delimita a escola – frequentemente pessoas pulam o muro para se esconder dentro dos limites da escola ou usá-la nos finais de semana. A área residual dos fundos da escola – incialmente indicada como foco de trabalho – foi observada como local de muitas brincadeiras dos alunos, apesar de não ser ocupada com equipamentos de lazer ou permanência. Essa área também foi identificada como principal foco das transgressões, feitas pelos próprios alunos ou traficantes.

A partir dessas discussões, os participantes do workshop foram divididos em pequenos grupos e deveriam formular uma frase síntese para a discussão precedente.

Algumas das frases apresentadas:

-       Necessidade de integração entre a comunidade de a escola;

-       Simultaneidade de aparente opostos;

-       A falta de identificação gera o descaso;

As discussões seguiram e cada vez ficou mais evidente – a partir da percepção dos participantes do workshop – que o objeto de investigação girava em torno da segregação entre a Escola Estadual e a comunidade da Vila,  principalmente através do alto muro que separa o território da escola do seu entorno imediato. O muro ganhou destaque como figura catalizadora de conflitos e contradições, que representa segurança e ao mesmo tempo possibilita violações.

Identificado o muro como objeto de intervenção, foi proposto que os participantes elaborassem estratégias de comunicação e interação entre interior e exterior, com o intuito de diluir a territorialidade e incentivar o contato entre os grupos – comunidade da escola e entorno. Foram feitas diversas propostas de caráter lúdico, como telefone sem fio, bola amarrada ao muro, gangorra. Com a inserção desses objetos e brinquedos infantis no muro, seria possível o contato entre um e outro lado. Também foi pensada a possibilidade de aberturas em alguns trechos do muro para a inserção de vidro ou acrílico colorido, possibilitando interfaces entre os dois lados.

Feito isso, a FUMEC e os participantes do workshop receberam alguns alunos e o professor Wilton da Escola Estadual para apresentarem suas ideias para intervenção no muro e ouvir a opinião e expectativa da comunidade da Escola. Esse contato foi a primeira crise vivenciada pelo grupo sobre o fazer arquitetura e o se apropriar do espaço. Os alunos, principais usuários da escola, não aprovaram praticamente nenhuma das intervenções propostas pelos estudantes de arquitetura, participantes do workshop. Disseram que não desejam contato com o exterior da escola, não querem ser observados e que os equipamentos inseridos no muro seriam muito rapidamente destruídos. Eles apresentaram sua demanda: melhorar a infraestrutura interna da escola, como bancos para se sentaram nos intervalos, mesas com jogos e equipamentos de lazer.

Neste momento, ficou clara a distância entre a arquitetura pensada e interpretada por arquitetos e as relações sócio-espaciais reais – a dinâmica de vida e uso de quem de fato se apropria do espaço e a diferença da relação real entre sujeitos e a relação ideal imaginada por arquitetos. A partir daí,  após o contato com os usuários o grupo percebeu a complexidade de um processo de produção espacial de fato integrativo. Os alunos presentes não aprovaram as proposições, mas estes representam um pequena parcela da escola. E os outros alunos? Os funcionários, professores, a comunidade do entorno? Como realizar esse processo participativo?

A partir dessa dificuldade e do curto prazo para o workshop, o grupo decidiu não mais propor algo construtivo nos fundos da escola, mas a problematização daquela questão que para o grupo foi a mais primordial: a figura do muro como barreira e  como gerador da falsa sensação de segurança. A ideia foi de produção de um material que seria apresentado à comunidade, como instrumento provocador de uma discussão sobre o muro. Esse muro realmente gera segurança? Uma vez que independente dele, os alunos o pulam e fogem da aula, os traficantes  invadem a escola para se esconder da polícia, a quadra é constantemente invadida, entre outras situações recorrentes.

Para elaboração do material, os participantes foram divididos em diferentes grupos. O primeiro buscaria situações análogas sobre o muro, sensação de segurança e aumento de segregação e casos onde a eliminação da barreira possibilitou relações mais harmônicas. O segundo grupo ficou responsável por buscar fatos, relação entre presença de muro e contravenções, e espaços abertos e apropriação coletiva, sugerindo diretamente diminuição de transgressões, pela presença dos olhos da rua. O terceiro grupo voltou à Escola Estadual para gravar entrevistas e depoimentos com a comunidade da escola e do entorno, com o objetivo de identificar a opinião dos usuários sobre a presença do muro.

No final do quarto dia foram agrupadas todas as informações coletadas pelos grupos, mas o curto tempo para a finalização do workshop e a complexidade do objetivo, impossibilitaram a elaboração da apresentação para a comunidade. O material coletado ficará disponível para as próximas atividades da FUMEC realizadas na Escola Estadual.

O fechamento do workshop aconteceu como uma discussão dos participantes aberta à Universidade FUMEC, quando cada um falou sobre sua experiência de trabalho no grupo e aprendizado ao longo da semana.