Mediação da informação

O projeto de pesquisa DIÁLOGOS tem como fundamentação o conceito de Diálogo de Paulo Freire (2007, p.93) em seu livro Pedagogia do Oprimido: “encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir.” Isso quer dizer que a informação que se deve construir é conseqüência de processos coletivos, de estruturas de conhecimento e de instituições de memória dos sujeitos, devendo ser pensada em sua dimensão comunicativa, que por sua vez não se atém à mera eficácia de transmissão, mas implica em um processo compartilhado de construção e constituição. Nesse sentido, conhecimento não vem de um processo no qual o sujeito passivamente recebe informação de outro sujeito. Esta é uma tarefa para diversos agentes, e a ciência e seus representantes não podem incorrer no equívoco de pretender constituí-los isoladamente.

Por meio de mecanismos informacionais (percepção, memória, imagem etc.) os sujeitos são capazes de reconhecer, interpretar e transmitir significados, ou seja, agir. O conhecimento, assim, é uma via a ser compartilhada pela produção, transferência e comunicação de informações, mas muito além daquelas que são somente técnicas. Com isso, os vários sistemas de conhecimento dos envolvidos nos processos habitacionais são alimentados e transformados. É a possibilidade de “um novo equilíbrio, uma nova relação entre o conhecimento científico e os conhecimentos populares, os conhecimentos das associações cívicas, os conhecimentos dos cidadãos” (DIVERSA, 2005).

Referências:
DIVERSA. A justiça social vai obrigar a que se comprometa com a justiça cognitiva. 2005. Disponível em http://www.ufmg.br/diversa/8/entrevista.htm. Acesso em 10/05/2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 46. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.

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